TV 3.0 conectará canais abertos com a internet no Brasil a partir de 2025



O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, prometeu para 2025 o início da implementação da TV 3.0 no serviço de televisão aberta no Brasil. Filho disse que até o final de 2024 o Brasil escolherá a tecnologia que será usada, para início das operações no ano seguinte.

A promessa de Juscelino Filho foi feita durante o seminário que apresentou os avanços dos testes da TV 3.0, que aconteceu nesta quarta-feira, 3, no Ministério das Comunicações, em Brasília. A nova tecnologia permite transmissões em 4k, som imersivo, mobilidade e uma maior capacidade de interação com o usuário por meio de redes IP.

De acordo com o governo, a mudança será para que o telespectador tenha uma experiência melhor ao assistir TV. "A imagem, por exemplo, é uma das características em que a qualidade irá saltar, já que vai passar de Full HD para 4k ou até 8k. Isso significa que a imagem terá, no mínimo, quatro vezes mais pixels, trazendo mais informações por espaço, melhorando a cor e a nitidez. O contraste também vai ser aprimorado, por meio de tecnologias de HDR (High Dynamic Range)".

A TV 3.0 surge como uma evolução da TV digital, permitindo um nível de interatividade e possibilidades de negócios maiores que os atuais. Um dos aspectos importantes da TV 3.0 é que para usar os recursos tecnológicos que ela permitirá, não será necessário que o usuário tenha acesso à Internet.

O ministro das Comunicações disse que no processo de implementação, ainda está em discussão em relação a formas e prazos. "Não está definido se vamos distribuir receptores no primeiro momento, porque os atuais aparelhos ainda não possuem capacidade tecnológica para receber o sinal da TV 3.0. Por isso, ainda vamos verificar se vamos distribuir algum receptor ou não e, se sim, como vamos fazer isso", afirmou Juscelino.

A expectativa é a de que, à medida que a tecnologia seja implementada, os aparelhos novos já saiam de fábrica com a capacidade de receber o sinal da TV 3.0.

Além disso, o ministro das Comunicações apontou que a nova tecnologia é uma forma do setor de radiodifusão investir em novos modelos de negócios. "A Internet tomou fatia de publicidade do setor de radiodifusão. A TV 3.0 pode ser uma oportunidade para o setor construir novas oportunidades de negócios. O Brasil é um dos maiores mercados brasileiros no mundo de TV aberta. Que em 2026 possamos ter também a primeira Copa do Mundo transmitida com a TV 3.0, com qualidade, tecnologia e interatividade para os brasileiros", disse.

Modelo

Segundo o secretário de Comunicação Eletrônica, Wilson Diniz, o MCom fez um chamamento para receber tecnologias capazes de atender a TV 3.0 no Brasil. Ao todo, 32 modelos foram apresentados.

Atualmente, o Brasil ficou com três tecnologias: a europeia, americana e japonesa. Na última reunião do Fórum TV 3.0, decidiu-se por duas. E agora, os testes estão sendo feitos com as tecnologias japonesa e americana. Uma dessas deverá ser escolhida até o final do ano, afirmou Wilson Diniz.


Financiamento

Um dos pontos que ainda segue incerto é o financiamento do setor de radiodifusão para investir em tecnologia que permita a implementação da TV 3.0.

Flavio Lara Rezende, presidente da Abert, disse que é importante que as empresas de radiodifusão tenham acesso a recursos para que possam incrementar seus equipamentos e fazer investimentos em tecnologia. Márcio Novaes, presidente da Abratel, também seguiu na mesma linha, e reforçou a necessidade de linhas de créditos disponíveis para o setor de radiodifusão.

Uma das fontes que poderá ser usada, ainda para essa fase de testes, são as sobras do orçamento da EAD, empresa criada para o processo de implantação da TV digital no Brasil, projeto que ainda está em fase de finalização.


Com informações TELA VIVA, por Marcos Urupá.

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