Globo teve receita R$ 15,6 bilhões em 2023 e planeja investir R$ 5 bilhões ainda neste ano


Abrindo o Upfront 2024, Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo. Crédito: Globo/ Renato Pizzutto

A Globo deve apresentar no fim deste mês de março o resultado financeiro referente ao ano passado, apontando uma receita de aproximadamente R$ 15,16 bilhões no período, valor muito próximo dos R$ 15,1 bilhões arrecadados em 2022. O caixa da empresa ficou, em 2023, em R$ 14,2 bilhões, montante que dá um conforto ao grupo e que representa uma queda de apenas 2% em relação ao ano anterior (R$14,5 bilhões). A previsão é que seja feito um investimento de cerca de R$ 5 bilhões em conteúdo e tecnologia em 2024, mantendo o valor do ano anterior. Os números foram adiantados por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, em entrevista ao Valor Econômico publicada nesta quinta, 7.

Marinho também apontou alguns dos planos de investimento da mediatech, com destaque para a implementação da TV 3.0, atualmente em desenvolvimento e que deve se tornar realidade em 2026. "O formato derruba as barreiras entre a TV e o universo digital", disse o executivo ao jornal. De fato, com a TV 3.0 o acesso aos conteúdos da empresa em outras plataformas acontece de forma integrada ao sinal da TV aberta, sem a necessidade abrir e fechar aplicativos. Além disso, a tecnologia permite a entrega de mídia programática no televisor em escala crescente, enquanto se amplia a base de equipamentos compatíveis no país. A Globo aponta que, dos 60 milhões de aparelhos de TV conectada existentes no Brasil, 36 milhões já estão logados a contas nas plataformas digitais da empresa.

Além da mídia programática e de outros modelos de publicidade na plataforma digital, Marinho destaca um potencial de aumento de receita com o comércio eletrônico integrado à programação da TV, modalidade que será viabilizada também pela TV 3.0. Será possível comprar um item do conteúdo veiculado na programação sem trocar de tela. Ao Valor, Marinho aponta que há desafios na busca por modelos de negócios e integração tecnológica com as redes varejistas, mas diz que a Globo está preparada para isso.

Outra área que receberá investimentos é o de marketing de influência, afirma Marinho. A Globo atuará como agenciadora de talentos, aos quais oferecerá recursos de produção e remuneração publicitária. Os primeiros nomes serão de talentos que atuam na casa, como os apresentadores Tadeu Schmidt e Maria Beltrão.

Deve crescer também o volume de produções em 2024, o que vem acontecendo desde a ampliação dos Estúdios Globo, em 2019. O investimento de mais R$ 200 milhões naquela ocasião ampliou em mais de 50% a área de estúdios do maior complexo de produção de conteúdo da América Latina. Estão previstas 110 produções realizadas em 2024.

Simetria regulatória
Competindo cada vez mais com os grandes empresas de tecnologia multinacionais, a Globo segue cobrando simetria regulatória com estas empresas. "Temos um setor altamente regulado que convive com outro que é totalmente desregulado", diz sobre a radiodifusão e a Internet, respectivamente. "Isso cria uma assimetria e deixa terreno fértil para a desinformação e a publicidade fraudulenta", completa.

 Com informações TELA VIVA, por Fernando Lauterjung

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