Em evento para imprensa nesta terça, 12, a Globo confirmou a informação de que investirá R$ 5 bilhões em conteúdo neste ano. A informação já havia sido adiantada por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, em entrevista ao Valor Econômico publicada na semana passada e aponta para a continuidade do investimento já realizado no ano passado, de igual valor. Para apresentar os investimentos, o grupo reuniu os executivos heads da TV aberta, do streaming e da TV por assinatura.
Raphael Corrêa Neto, diretor de Canais Pagos da Globo, apontou que a empresa otimiza cada vez mais a exploração dos seus conteúdos em todas as janelas em que atua e que este é um grande diferencial do grupo. Segundo ele, um mesmo conteúdo exibido nos canais pagos nas plataformas lineares do grupo tem 57% da audiência concentrada na faixa de idade 50+, enquanto no streaming, 66% são da faixa de 25 a 49 anos. As plataformas portanto, são complementares.
Já Teresa Penna, diretora do Globoplay e produtos digitais da Globo, destaca que as plataformas do grupo não são apenas complementares, mas se retroalimentam, potencializando o alcance. Ela cita "Todas as Flores", original mais consumido no Globoplay: após ir para a a TV Globo, onde teve um alcance de 118 milhões, retroalimentou o Globoplay, ampliando em 200% a audiência.
Leonora Bardini, diretora de programação e marketing da TV Globo, conta a TV Globo terá no segundo trimestre 29 estreias. Boa parte delas também são contabilizadas entre os 60 novos conteúdos ou temporadas previstos nos canais da TV por assinatura ou as 50 produções nacionais do Globoplay.
Custo vs. valor
Questionados se a parceria entre as três grandes áreas da Globo poderia influenciar com no valor das produções, os executivos respondem com um categórico não. "A gente não vai participar deste jogo. Sempre vamos ter dramaturgia premium, mas não vamos colaborar para inflacionar o mercado", disse Pena. "Diferentemente de outros players, sempre tivemos e temos um compromisso com o acionista de crescer de forma sustentável. Continuaremos produzindo nos Estúdios Globo e contratando da produção independente com um valor justo", completa.
A executiva citou David Zaslav, o pincipal executivo global do grupo concorrente Warner Bros. Discovery, que diz que antigamente se extraia da TV por assinatura do consumidor US$ 10 e o custo de uma produção era de US$ 1 milhão e hoje se caminha para um inversão destes valores. "Você faz a conta inversa: se o custo de produção vai para US$ 10 milhões e você quer extrair US$ 1 do assinante, essa conta não fecha", diz a executiva do Globoplay, que garante que a plataforma tem um compromisso com a margem do produto e que não pode tentar crescer de forma desordenada. "A gente viu que nesse processo de aterrissar o streaming, a gente não sentiu tanto quanto outro players. Tivemos crescimento e seguimos investindo em conteúdo por que crescemos de forma sustentável", diz, lembrando das fusões e de algumas desistências dos grupos globais de atuar na América Latina.
Corrêa Neto, diretor de Canais Pagos, concorda com sua par do streaming. Ele destacou que os canais pagos da Globo têm uma parceria histórica com o ecossistema da produção independente e que que continua entendendo que esta é uma relação estratégica. "Mas temos, também, um compromisso com a sustentabilidade, não só do nosso produto, mas do ecossistema no qual a gente está inserido, incluindo os parceiros. Temos um compromisso com o bem estar com ecossistema do entretenimento no Brasil", diz o executivo.
Com informações TELA VIVA, por Fernando Lauterjung
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