Depois do boom de novas plataformas de streaming surgindo no mercado nos últimos três anos, 2024 pode ser o ano da consolidação e unificação dos serviços. Em entrevista ao canal do YouTube da TELA VIVA em outubro deste ano, Teresa Penna, head do Globoplay, já tinha dado uma opinião nesse sentido, apostando na redução do número de plataformas. "Eu nunca vi tanto player de OTT na minha vida. É uma loucura, não consigo imaginar todos eles ficando. Netflix, Disney, Amazon e HBO não saem do mercado – pelo menos não a curto prazo. Entendo que essa competição contará com os grandes players globais e alguns nacionais. Cinco a seis por mercado. Ninguém vai ter uma plataforma com 500 milhões de assinantes", afirmou na época. A própria Globo já fez movimentações do tipo. Desde 2022, o Telecine migrou para dentro da interface do Globoplay.
O movimento está se confirmando. No primeiro quadrimestre do ano que vem, as plataformas HBO Max e discovery+ serão unificadas num único serviço, chamado MAX. Com a mudança, os assinantes terão acesso aos conteúdos atualmente disponíveis na HBO Max somados aos conteúdos Discovery, que hoje atua como um serviço independente. O preço das assinaturas do MAX no Brasil ainda não foram divulgados. Nos Estados Unidos, onde as plataformas já passaram pela unificação, os planos custam US$ 9,99 com anúncios; US$ 15,99 com duas telas simultâneas, resolução Full HD e 30 downloads offline; e US$ 19,99 para resolução 4K, quatro telas simultâneas e 100 downloads offline. Se os preços forem simplesmente convertidos, irão de cerca de R$ 49 até caros R$ 99. Atualmente, os valores da HBO Max no Brasil são R$ 34,90 (plano mensal) e R$ 239,90 (plano anual). Já o discovery+ custa R$ 21,90 (plano mensal) e R$ 226,80 (plano anual).
Outra novidade é a recém-anunciada junção das plataformas da The Walt Disney Company, Star+ e Disney+. A ideia é que os conteúdos do Star+ sejam integrados ao Disney+ no segundo trimestre de 2024. A empresa também não comunicou se haverá reajustes de valores. Atualmente, a assinatura do Disney+ sai por R$ 33,90 ao mês ou R$ 279,90 por ano, no pagamento à vista.
No final de novembro, o serviço de streaming Lionsgate+ (antiga Starzplay) anunciou que encerrará as atividades no Brasil e no restante da América Latina até o final de 2023. Mas, nesse caso, ela não se unificará a nenhuma outra. O objetivo da saída do continente foi focar o serviço nos Estados Unidos e em outros territórios de língua inglesa, como Reino Unido, Canadá e Austrália.
A tendência da unificação deve ser benéfica aos estúdios e grupos de mídia, que conseguirão concentrar esforços para produzir grandes projetos e reduzir os custos de manter mais de uma plataforma no ar, e também ao consumidor, que não tem bolso para assinar tantos serviços disponíveis. Hoje, para manter assinatura dos cinco mais consumidos no Brasil – Netflix, Prime Video, Disney+, HBO Max e Globoplay – é necessário desembolsar, no mínimo, R$ 115,50 por mês, o que daria R$ 1386 por ano.
E, ao passo em que apostam na unificação, os serviços de streaming pagos também investem em planos subsidiados por publicidade, o que também proporciona uma redução de custo ao público final.
Por- Mariana Toledo, via TELA VIVA
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