Israel x Hamas: GloboNews exibirá documentário sobre impactos da guerra


Foto: Forças de Defesa de Israel em solo Palestino
Desde os ataques terroristas brutais do Hamas em 7 de outubro e da contraofensiva israelense, milhares de pessoas foram mortas e feridas. Nos dias que se seguiram ao início dos conflitos, o fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim registrou a dor e a escalada da violência na região. No documentário ‘Evel, Hazin - Dias de Luto’ que estreia na GloboNews no próximo dia 28, às 23h, Chaim mostra o sofrimento de civis israelenses e palestinos que tiveram parentes mortos.

Perto de Tel Aviv, Gabriel conversou com Yaniv Yaacov, irmão de um refém do Hamas que vivia com a esposa no Kibutz israelense Nir Oz, perto da fronteira com Gaza. Ele se emociona ao ver os vídeos do sequestro divulgado pelo Hamas 30 horas depois dos ataques. “Minha mãe ficou sem falar e comer alguns dias. Mas quando eu vi o filme, eu a abracei e disse: “Mamãe, eles ainda estão vivos. Então, vamos trazê-los de volta. E foi a primeira vez que ela sorriu”, conta Yaniv sem conseguir conter as lágrimas.

Grávida de 8 meses, Shaked Haran teve 10 parentes sequestrados no Kibutz Beeri, onde sua família vivia. Ela conta o que sentiu quando descobriu que os terroristas estavam no local. “Fisicamente senti que o sangue estava escapando do meu corpo e que não conseguiria aguentar. Há um canal interno do Kibutz, no qual a gente lia as mensagens. Era como um filme de terror. As pessoas escreviam: “eles estão atirando para todos os lados”, “estou vendo que a casa da minha mãe está sendo incendiada”. O pai e o tio de Shaked foram assassinados. A mãe, a irmã e dois sobrinhos dela foram libertados após quase 20 dias de cativeiro.

Gabriel Chaim também foi até a Cisjordânia registrar o aumento da violência na região a partir da guerra. Na cidade de Ramallah, ele acompanhou protestos de civis próximo ao assentamento de israelenses de Beit El. “O que ocorre atualmente é que a guerra em Gaza impacta toda a Palestina”, diz Ahmad Abu Rueiss, que teve o tio assassinado por militares israelenses enquanto observava um confronto da sua janela. O documentário também mostra a tristeza da família de um jovem de 16 anos, que morreu após ser atingido por um disparo de um soldado perto de um muro entre o campo de Jarzoun e um assentamento israelense.


Chaim conversou com palestinos da Faixa de Gaza que trabalhavam em Israel e perderam as licenças de trabalho com a guerra. É o caso de Ahmed Jundia, que estava distante da família havia três meses. A casa deles em Shiyaiya foi bombardeada e destruída. “Eles estão abrigados numa escola. Estou com muita saudade deles. Como são pequenos, sentem medo e, por experiências anteriores, em bombardeios, eles ficavam perto de mim, me abraçavam. Eu dizia a eles que era um trovão ou que era um confronto bem longe de nós. Até que um dia uma das minhas filhas me perguntou: “papai, se a gente morrer vai pra onde?”. Eu respondi: “Vamos para o paraíso. Para um lugar e para uma vida muito melhor que estes”.

‘Evel, Hazin - Dias de Luto’ mostra ainda o aumento da pressão dos colonos radicais sobre palestinos. Quase dois mil deles foram forçados a deixar seus vilarejos. Tareq teve sua casa em Wadi Alseeq atacada pelos colonos. “Fomos obrigados a abandonar tudo e sair só com que pudemos salvar. As crianças até hoje sofrem se lembrando da noite.” O documentário conta também como é o trabalho de dois ativistas israelenses que defendem os direitos dos pequenos produtores palestinos na Cisjordânia.

O documentário ‘Evel, Hazin - Dias de Luto’ tem roteiro e edição de Marita Graça Bittencourt, montagem e finalização de Dani Dantas, produção de Cristiano Reckziegel, reportagem e imagens de Gabriel Chaim. Marita, Dani e Chaim também produziram os documentários “Aliados”, “Síria em Fuga” e “Abrigo – inocentes sob ataque” para a GloboNews, que ganharam medalhas no New York Festivals TV & Film Awards e foram finalistas no Emmy Internacional na categoria Atualidades.

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