Luis Roberto narra a final da Libertadores entre Fluminense e Boca Juniors
Foto: Tv Globo/Paulo Belote
As torcidas de Fluminense e Boca Juniors-ARG estão prontas para soltar o grito de campeão. A decisão da Copa Conmebol Libertadores entre as duas equipes acontece no próximo sábado, dia 4 de novembro, às 17h, no Maracanã, um dos palcos mais conhecidos do futebol mundial, com uma grande cobertura da Globo. Mas engana-se quem acha que está tudo pronto para a finalíssima. Para o narrador Luis Roberto, que será a voz da transmissão da emissora, ao lado de Junior, Ana Thaís Matos e Diego Ribas, a preparação para um jogo desta magnitude vai até momentos antes do início e não pode ser apenas se manter informado e cuidar da voz: “Não basta saber que o Cano ou o Cavani vão jogar, é importante ter a noção de como o evento mexe com a cidade, as torcidas e os países”.
Além da decisão entre brasileiros e argentinos, caberá a Luis Roberto comandar um pré-jogo especial, que começa 40 minutos antes do início da finalíssima. Um jogo que tem um significado especial para ele: “Acho que qualquer pessoa que trabalha com o futebol se sentiria realizado de estar na grande final da Copa Libertadores. É o coroamento da sua vida profissional”. O ‘esquenta’ vai fazer um giro pelo Brasil, mostrando toda a expectativa de torcedores tricolores por todos os cantos do país. A cobertura segue com entradas ao vivo dos repórteres que estarão nos arredores, na arquibancada e no gramado trazendo as últimas informações das equipes finalistas.
Confira uma entrevista com o narrador Luís Roberto
Os jogadores se preparam física e mentalmente para uma decisão importante como essa. Mas como é a preparação do narrador? Ainda dá aquele friozinho na barriga antes de grandes eventos como esse?
Os narradores fazem uma preparação intensa para esse tipo de jogo. Porque não se trata apenas de uma questão de se informar, existe uma preparação do ponto de vista de atmosfera, perceber o sentimento das torcidas envolvidas, o que aquilo representa e como o evento toca as pessoas. Não basta saber que o Cano ou o Cavani vão jogar, é importante ter a noção de como o evento mexe com a cidade e os países. Por isso a preparação vai muito além da escalação, mas é claro que o narrador precisa ficar atento às nuances táticas e técnicas dos últimos jogos destes times, saber quem está machucado, quem pode entregar etc. O friozinho na barriga na verdade é um friozão, já que existe a expectativa de corresponder àquilo que estão esperando de você. É uma tensão normal, e quando não há significa que você não está mais sentindo a responsabilidade. E ainda tem a preparação vocal, a preocupação em estar hidratado e bem fisicamente. Se isso tudo estiver bem, a concentração fica só no conteúdo.
Você tem algum ritual antes das narrações? Alguma mania?
O meu ritual é o mesmo para todos os eventos. Muito estudo e uma boa noite de sono. Além, claro, dos exercícios de fonoaudiologia e ingestão de muita água. A minha mania é chegar cedo sempre, para evitar o desgaste de ficar preso no trânsito.
Você narrou há 15 anos a primeira decisão de Libertadores envolvendo o Fluminense. E será a voz desta segunda final do clube. O que você vê de diferença entre o Fluminense de 2008 e o atual time?
São circunstâncias diferentes que envolvem essa decisão. Primeiro que é um jogo único, então não teremos um jogo na altitude, algo que aconteceu naquela ocasião e que acabou com a derrota do Fluminense por 4 a 2, dando uma grande vantagem para a LDU no jogo de volta. Aquele time do Fluminense tinha grandes jogadores, mas se fizermos comparações, vamos chegar a conclusão de que são times equivalentes. Mas entendo que o time atual pode entregar tanto quanto o daquela final. A diferença gritante é o fato de termos tido dois jogos e não um único, como acontecerá no sábado.
Narrar uma final envolvendo um time brasileiro em um grande palco do futebol mundial tem um significado especial para você?
Sem dúvida. Tem um significado muito especial estar em um jogo como esse. É a decisão da maior competição sul-americana, ainda mais no Maracanã, contra um adversário que está entre os maiores times do mundo. Acho que qualquer pessoa que trabalha com o futebol se sentiria realizado de estar na grande final da Copa Libertadores. É o coroamento da sua vida profissional.
Qual é a sua expectativa para essa final?
A gente vai ter o Fluminense tentando tomar a iniciativa e o Boca Juniors tentando interromper o ritmo do jogo, algo que eles fazem muito bem. E como notadamente têm um time que ainda não joga um futebol vistoso como o Fluminense, quando está no seu melhor, teremos um time que vai tentar truncar o jogo, assim como aconteceu diante do Palmeiras, na semifinal. Por isso o time brasileiro precisa ter muito cuidado para não entrar na pilha e não reclamar e ter algum jogador punido ou expulso, por exemplo. Mas se fizer um gol rápido, teremos uma dinâmica diferente, porque aí os argentinos teriam que sair para o jogo, o que ajudaria o Fluminense a impor seu ritmo de toque envolventes, que é o seu grande patrimônio. Outro aspecto importante é que se trata de um jogo único, com o Maracanã lotado, com os setores norte e sul com uma torcida de cada lado – os argentinos prometem vir em grande número -, e os setores leste e oeste certamente com preponderância tricolor. Vai ser uma festa espetacular, porque na outra final no Maracanã entre Palmeiras e Santos, em 2020, por segurança e por conta da pandemia não tivemos o estádio cheio como certamente acontecerá no próximo sábado.
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