O programa “The Noite” não irá fazer novas gravações nesta semana. A decisão foi tomada após o baixista do Ultraje a Rigor, Rinaldo Oliveira, o Mingau, de 56 anos, ser baleado na cabeça, na madrugada de domingo (3), em Paraty, no Rio de Janeiro, e passar por cirurgia. O apresentador Danilo Gentili e o vocalista da banda Roger Rocha Moreira estiveram no SBT nesta segunda-feira (4) e gravaram apenas o início da edição que vai ao ar hoje para falar da situação e agradecer a ajuda que receberam.
“A gente aqui é tudo amigo. Esse assunto mexe com todos, então, hoje, não teríamos condições de gravar um programa que tem como intuito ser divertido e buscar o riso de todos. Eu não estou com o clima para fazer isso, o Roger não está e ninguém aqui está”, explica Danilo Gentili.
“Por isso, optamos hoje e nos próximos dias fazer um leve recesso em novas gravações do The Noite. Porém, vamos transmitir essa semana entrevistas que foram gravadas na semana passada, inclusive com a participação do Mingau”, completa.
Roger, que esteve presente no Hospital São Luiz Itaim, onde Mingau foi operado, disse estar esperançoso na recuperação do amigo e companheiro de décadas.
“Falei com ele sedado, mas vi a resposta dele. Ele começou a respirar mais rápido, parecia querer responder: ‘Estou bem, vou ficar bem’. Estou muito confiante de que ele vai sair dessa. Nós estamos com bastante esperança”, afirma.
“Quanta gente gosta do Mingau. Recebemos ajuda vinda de todos os cantos. Daqui do SBT, de gente que nem conhecemos. Todos querendo ajudar”, acrescenta.
Antes de finalizar, Danilo e Roger fizeram questão de agradecer nominalmente algumas das pessoas e instituições que ajudaram no socorro e nos cuidados para que Mingau se recupere.
Nesta segunda-feira (4), será exibida a conversa que Danilo Gentili realizou com os brasileiros que estão revolucionando o mercado dos games. O apresentador recebe Fernanda & Tiani, do Studio Pixel Punk, Rafael Bastos, do Estúdio Dumativa, Guilherme Marcondes, da GAM Estúdio, Daniel Romanenco da PixelHive e Saulo Camariotti, da Behold Studios.
Juntos, eles comentam das dificuldades para produção de jogos no Brasil. “O que eu vejo é que as grandes indústrias que conhecemos hoje, como Japão, Estados Unidos e Canadá, tiveram incentivos fortes do governo. Sejam fiscais, editais, de investimento etc. Quando você começa a investir aqui no Brasil, existe essa coisa do dinheiro para cultura e para o vagabundo. É um problema”, afirma Saulo.
“Muita gente nem sabe que estamos fazendo jogo aqui, que isso é uma profissão, que as pessoas podem estudar e fazer. Tem até vestibular para fazer jogo digital no Brasil. Estamos engatinhando muito na indústria e as pessoas ainda precisam conhecer e saber que o joguinho que ela joga no console dela pode ser feito aqui”, acrescenta Rafael, desenvolvedor de ‘A Lenda do Herói’, que foi o maior financiamento coletivo de games do Brasil.
Tal situação, inclusive, foi passada justamente por alguns dos convidados, como conta Tiani, uma das desenvolvedoras do game ‘Unsighted’, que ganhou como melhor jogo nacional de 2022 na CCXP.
“Comecei vendendo jogo no disquete na escola. Só que aqui no Brasil não sabia que era possível viver disso. Achei que era bobeira. Conforme fui ficando mais velha, vi alguns jogos brasileiros fazendo sucesso, os jogos do Saulo. Joguei e depois descobri que era brasileiro. Aí fui atrás por conta própria, comecei a desenvolver jogos, fui trabalhar em algumas empresas no Brasil e, junto com a Fernanda, abrimos nosso estúdio independente”, conta.
Saulo, que ela cita, é um dos mais experientes no assunto e criador do ‘Out Of Space’, que ganhou como melhor jogo brasileiro de 2020 no Brazil Game Awards.
Guilherme Marcondes, desenvolvedor de ‘Exterminadores do Além contra a Vingança do Chupa-Graça’, inspirado pelas séries e filmes que misturam humor e comédia, e Daniel Romanenco, criador de ‘Kaze and the Wild Masks’, com influência em plataforma dos anos 90 também falam sobre seus trabalhos.
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