Documentário e estúdio remodelado marcam o início das comemorações dos 50 anos do ‘Fantástico’


Maju Coutinho e Poliana Abritta
Foto: Estevam Avellar/Tv Globo

“Neste domingo, dia 5 de agosto, às 20h, a Rede Globo apresentará o seu novo programa: 'Fantástico - O Show da Vida'”. O texto curto, guardado pela equipe do Acervo da Globo em um livro que preserva boletins de programações antigos era, até então, o único registro que sobrou da estreia do ‘Show da Vida’, há 50 anos, já que um incêndio em 1976 acabou com as imagens das primeiras edições. Mas de alguma forma essa história será reparada. Neste domingo, dia 6, o primeiro episódio da série documental que revistará cada década do ‘Fantástico’, vai falar sobre a concepção e o início da revista eletrônica que começou a ser exibida naquele 5 de agosto de 1973.


O primeiro episódio conta a história do ‘Fantástico’ entre 1973 e 1983. Com a ajuda da tecnologia, personagens que fizeram parte daqueles anos voltaram no tempo. Nizo Netto deu vida ao personagem Azambuja, criação do pai Chico Anysio. Ney Matogrosso viu a reprodução, através da inteligência artificial, do icônico clipe de “Sangue Latino” – inspirado na capa do primeiro disco do grupo Secos & Molhados –, produzido pelo programa e também perdido no incêndio. Assim como uma apresentação especial da atriz Sandra Bréa. Cidinha Campos, primeira repórter do Show da Vida, reencontra Ricardo Trajano, o único passageiro que sobreviveu à queda do avião da Varig, em uma plantação em Orly, na França, bem perto do aeroporto de Paris, em 11 de julho de 1973. Na época, o sobrevivente recebeu Cidinha para uma entrevista exclusiva ao ‘Fantástico’. Compositor da música de abertura que perdura até hoje, Guto Graça Mello também foi ouvido para o documentário, assim como José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, o idealizador do ‘Show da Vida’.


“Quando nós criamos o ‘Fantástico’, pensamos em fazer um programa novo, em um formato diferente. Para isso eu pensei em um painel reunindo tudo que havia de melhor na TV Globo”, conta Boni, hoje com 87 anos, em depoimento ao documentário. “Em uma reunião me pediram para resumir em duas ou três linhas o que queria com o programa. Eu disse: 'Não, eu prefiro definir em uma única palavra: esperança'”.


Além do documentário, que abre as comemorações pelos 50 anos do ‘Fantástico’, o domingo marca também a estreia das novidades no estúdio do programa. O palco foi ampliado, contará com LED por baixo do piso e três novas telas, que apresentam novas possibilidades de interatividade e reforçam a amplitude do espaço, mais um diferencial de tecnologia, uma das marcas do programa ao longo de cinco décadas. “O maior compromisso que temos é não de perder a relevância. O segredo da nossa longevidade passa por isso também. Estamos sempre em movimento, buscando surpreender o público”, explica o diretor Bruno Bernardes.


Outra marca do ‘Fantástico’ são as reportagens especiais, que todo domingo se aprofundam em temas relevante para a sociedade. Neste domingo, cabe à Sonia Bridi a missão de mostrar a recuperação do Pantanal, em uma edição especial da série “Jornada da Vida”, gravada pela primeira vez em um espaço 100% brasileiro. Nos últimos anos, o Pantanal passou por vários danos ambientais e teve um quarto de seu bioma queimado. Conviveu com a maior seca já registrada e agora começa a dar sinais de renovação e esperança.


Há 50 anos, as noites de domingo contam com um programa de vanguarda, que busca novos formatos, furos de reportagens e temas de interesse coletivo. Logo depois do ‘Domingão com Huck’, o ‘Fantástico’ chega para fazer o que sabe de melhor: ser informativo e relevante, de olho no futuro e transformador.

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