‘Cadê o Amarildo?’, documentário Original Globoplay, estreia nesta sexta-feira, dia 14


Foto: Globo/Divulgação

Cadê o Amarildo? Dez anos depois, essa pergunta continua sem resposta. O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza completa uma década no dia 14 de julho. Até hoje não se sabe onde está o corpo de Amarildo, mas mergulhando nos detalhes do julgamento dos policiais militares envolvidos no crime e ouvindo testemunhas é possível contar passo a passo o que ocorreu naquela noite na favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Detido por policiais militares na porta da sua casa e levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da região, Amarildo nunca mais foi visto. O documentário Original Globoplay ‘Cadê o Amarildo?’, produzido pelo Jornalismo da Globo, que chega à plataforma nesta sexta-feira, dia 14, revela material inédito sobre o caso que mexeu com o Brasil e ganhou repercussão internacional. Dirigido por Rafael Norton, o documentário traz depoimentos exclusivos de duas testemunhas que nunca foram ouvidas pela Justiça por que eram dadas como desaparecidas. O filme reconstitui passo a passo as últimas horas de vida de Amarildo na narração de testemunhas e réus durante o julgamento do caso. É a primeira vez que estes depoimentos são vistos e ouvidos publicamente.

“Penso que este documentário provocará enorme impacto. Apesar da repercussão nacional e internacional, esta história ainda estava para ser contada em detalhes. O filme mostra como Amarildo desapareceu e nos leva para dentro das ações daquela noite”, diz o diretor-executivo de Jornalismo da Globo, Ricardo Villela. “Amarildo poderia ter sido só mais um caso de um pobre, favelado, preto, morto pela polícia, mas a pergunta “Cadê o Amarildo?” reverberou pelo mundo todo. O desaparecimento se deu num momento muito marcante na história do Brasil, que tem consequências políticas e sociais até hoje”, complementa a diretora de produção Clarissa Cavalcanti.

A equipe também ouviu a esposa, filhos, uma irmã e uma sobrinha de Amarildo. Os familiares do pedreiro não foram indenizados pelo Estado até hoje e continuam morando na favela da Rocinha. O documentário traz ainda depoimentos dos promotores que cuidaram do caso, do delegado responsável pelas investigações, do ex-secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame, e da deputada estadual e ex-chefe da Polícia Civil Martha Rocha.

‘Cadê o Amarildo’ tem direção de Rafael Norton, direção de produção de Clarissa Cavalcanti, roteiro de Andrey Frasson e João Rocha, direção de fotografia de Daniel Torres e Eulym Ferreira, e é resultado também do trabalho investigativo conduzido pelo repórter Mahomed Saigg.


Reconstituição com atores e cenário virtual


A partir dos depoimentos, o documentário reproduz os principais acontecimentos da noite em que Amarildo desapareceu. As filmagens foram feitas nos Estúdios Globo e na favela da Rocinha. Para ajudar a recontar essa história, cenários virtuais 3D foram construídos e projetados em painéis de LED. Representando os principais personagens desta história estão atores do Instituto Arteiros, da favela Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

“Nosso maior desafio foi transformar esses depoimentos gravados de forma rudimentar na sala do Tribunal em um roteiro cinematográfico. Percebemos que ali naquelas falas existia uma história complexa, repleta de sentimentos, contradições e reviravoltas. As cenas de reconstituição trouxeram para o documentário uma nova camada muito mais forte de emoções. Foi uma experiência nova para a nossa equipe e muito intensa”, conta o diretor de fotografia Daniel Torres.

‘Cadê o Amarildo’ estará disponível no Globoplay a partir desta sexta-feira, dia 14. O Jornalismo da Globo já produziu para o Globoplay os documentários ‘Vale dos Isolados: O assassinato de Bruno e Dom’, ‘Boate Kiss – A Tragédia de Santa Maria’, ‘extremistas.br’, ‘Gabriel Monteiro – Herói Fake’, ‘Escola Base – Um repórter enfrenta o passado’, ‘A Corrida das Vacinas’, ‘A Corrida das Vacinas – Mercado Paralelo’, O Caso Prevent Senior’, ‘Cercados’ e ‘Marielle’.

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