Foto: Globo/Divulgação
Há exatamente 10 anos o Brasil vivia uma das suas maiores tragédias. Um incêndio durante uma festa em uma casa noturna em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, matou 242 pessoas e deixou mais de 600 feridos, a maioria jovens universitários. A incansável luta por justiça dos sobreviventes e dos pais das vítimas é o mote da série Original Globoplay ‘Boate Kiss - A Tragédia de Santa Maria’, que estreou nesta quinta-feira, dia 26 de janeiro. Em cinco episódios, a produção refaz, passo a passo, a sucessão de acontecimentos que levaram à morte de tantos jovens e mostra as reviravoltas de um processo judicial cujo desfecho permanece imprevisível.
A série documental é conduzida e dirigida pelo repórter da TV Globo Marcelo Canellas, que passou a infância e a adolescência em Santa Maria, tendo se formado na mesma universidade federal onde boa parte das vítimas estudava. “A nossa ideia inicial era contar a história da Boate Kiss, tendo o julgamento como pano de fundo, imaginando que o julgamento iria chegar a um desfecho. No entanto, não houve esse desfecho porque o julgamento foi anulado. É uma história de luta de um grupo de mães, pais e sobreviventes por Justiça. E como esse sofrimento ficou sendo remoído ao longo do tempo e retornando como se fosse algo sem fim”, conta Canellas que, ao longo desses 10 anos, foi à cidade universitária gaúcha inúmeras vezes para cobrir os desdobramentos do caso. “Embora já esteja há 30 anos fora de Santa Maria, a minha relação com ela nunca se desfez, sempre se manteve muito próxima. E, obviamente, que, durante todo esse tempo, acabei construindo laços de amizade com as famílias”, afirma.
A série traz imagens inéditas do incêndio e depoimentos de testemunhas que presenciaram aquela madrugada de horror. Narra os desdobramentos da tragédia sob o ponto de vista dos sobreviventes e das famílias submetidas a uma longa e torturante espera pela responsabilização dos culpados da morte de seus filhos. A equipe acompanhou todo o julgamento que levou os réus à prisão mas que acabou sendo anulado oito meses depois. “Eu vejo o que aconteceu em Santa Maria como uma grande alegoria do Brasil. De como o nosso país – seja nos meandros das instâncias judiciais, seja na forma como a sociedade reage – lida com uma tragédia dessa dimensão. Essas famílias merecem que suas histórias não sejam esquecidas. É uma série de alta voltagem emocional. E, apesar de ser um caso super conhecido, tenho certeza de que vamos surpreender com coisas que não foram ditas e mostradas até hoje”, diz Canellas.
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