A partir de quinta-feira, 13 de outubro, o discovery+ disponibiliza com exclusividade sua nova produção original, A PRIMEIRA-DAMA DO ESTADO ISLÂMICO (A Radical Life). Com duração de uma hora e meia, o documentário parte do relato de Tania Joya, mulher que foi casada por 12 anos com John Georgelas – ele, por sua vez, americano que chegou ao alto comando do Estado Islâmico.
Com direção do premiado cineasta Ricki Stern (de “Reversing Roe”, “Marathon – The Patriots Day Bombing”, “The Devil Came on Horseback”), o documentário concede a palavra a Tania para que ela conte sua história: do namoro entre adolescentes que se conheceram on-line quando ambos tinham apenas 19 anos, ao casamento, a chegada dos filhos e a passagem por um processo de radicalização que os levou à Síria e ao topo da hierarquia do ISIS.
Quando Tania Joya e John Georgelas se conheceram, a paixão e a oficialização do relacionamento aconteceram rápido. Ela, uma jovem nascida em Londres em 1983, filha de pais vindos de Bangladesh; ele, membro da classe média-alta texana, filho e neto de militares. Tania estava dividida entre os costumes tradicionais da família, a xenofobia e a vontade de descobrir o mundo ocidental quando, em 2001, escolheu seu lado no que chamava de a ‘guerra santa’ iniciada com os atendados contra o World Trade Center; John era um jovem privilegiado que se inspirava na rebeldia de John Walker, o compatriota que se juntara aos jihadistas, para e converter e renunciar aos Estados Unidos e à própria família.
Em uma comunidade on-line, o perfil de Tania chamou a atenção de Yahya al-Bahrumi, codinome adotado por John. Era 2002 e a família de John, americanos tradicionais de Dallas, já sabia que o filho havia se rebelado, estava convertido ao Islã e já integrava as forças jihadistas.
Tania e John se identificavam pelo sonho compartilhado de estabelecer um Estado Islâmico e pela adesão ao extremismo. Mas quando John decidiu que a família devia se mudar para a Síria no auge da guerra, Tania começou a questionar as decisões do marido e percebeu-se diante de um dilema: escolher entre o casamento ou o futuro de seus três filhos e do bebê que então carregava no ventre. Foi por amor a eles que Tania voltou para os Estados Unidos, passou a morar com os pais de John e a colaborar com as autoridades americanas, trabalhando como uma agente infiltrada entre os jihadistas.
Assim, por meio do depoimento de Tania e de análises de especialistas convidados pela produção, entre eles jornalistas e estudiosos, A PRIMEIRA-DAMA DO ESTADO ISLÂMICO aponta as variáveis complexas que compõem o fenômeno dos movimentos extremistas. É pela fala de Tania e pela sua inserção em uma perspectiva histórica e política que o documentário expõe como a marginalização e ausência de direitos podem dar espaço à violência e ao extremismo.
Postar um comentário
Deixe seu comentário