(Reprodução/Tv Globo)
“Quanto mais se divide o amor, mais ele aumenta”. A frase da jornalista Lilia Teles resume as histórias sobre adoção que ela mostra no ‘Globo Repórter’, desta sexta-feira, dia 10. São relatos cheios de emoção de famílias que encontraram no ato de adotar a matemática que multiplica um dos sentimentos mais sublimes que um ser humano pode ter: o amor. Há casos de adoção tardia, de grupos de irmãos, interracial ou de crianças com doenças prévias. Histórias que reúnem sonho, esperança, expectativa e muito amor.
Duas famílias de Indaiatuba, no interior paulista, provam que “em coração de mãe sempre cabe mais um”. Fernanda e Maurício adotaram quatro filhos – todos irmãos biológicos. A mãe conta que foi por meio de um portal de busca ativa na internet que conheceu as crianças. “E na hora eu falei: são meus filhos”, reconhece Fernanda. Cinco meses separam o primeiro contato até a chegada de todos os irmãos à casa da família, já que crianças mais velhas são mais fáceis de adotar. Flávia, a única menina entre os quatro irmãos, foi também a que teve mais dificuldade de se adaptar à nova realidade. Chegou ressabiada e testou a mãe por mais de um ano. Não queria comer e nada que a mãe oferecia. Hoje, aos 12 anos, Flávia revela o motivo: "Eu não queria, de novo, me apegar. Eu lembro que, quando eu me apeguei a uma coisa e tiraram de mim, isso doeu muito", relembra a adolescente.
É de Niterói, no Rio de Janeiro, a iniciativa que acalma corações de pais e mães que têm o desejo de adotar. O projeto “Quintal da Ana” oferece um suporte, tira dúvidas e explica todo o processo de adoção. "As pessoas chegam aqui muito machucadas pela infertilidade e a impossibilidade de procriar naturalmente. Aqui, eles encontram pessoas que fizeram adoções tardias, adoções interraciais, adoção de grupo de irmãos, adoção de criança com algum tipo de doença. E, que realizaram plenamente a sua paternidade e maternidade e começam a pensar "Por que não"?", explica Sávio Bittencourt que, além dos três filhos biológicos, adotou outros dois e não vê nenhuma diferença entre eles. “Biológico ou não, você precisa adotar seus filhos. O que te faz pai é a convivência, o amor, é querer ser pai”, define Sávio.
Um dos fantasmas que assombram meninos e meninas que moram em abrigos é a chegada dos 18 anos, por se verem obrigados a deixar os locais, mesmo que não tenham sido adotados e não tenham para onde ir. Os irmãos gêmeos Marcos e Maria Vitória passaram por essa angústia, mas viram seu destino mudar ao serem adotados tardiamente. Em outra família, Bruno, solteiro, procurava um menino acima de 8 anos que tivesse uma doença tratável. E Vitor, que foi adotado por Bruno aos 11 anos, nasceu com um problema no rim e aguardava por um transplante. A cirurgia foi um sucesso, mas devido à forte medicação, Vitor perdeu boa parte da audição. Hoje, pai e filho aprendem juntos a Língua Brasileira de Sinais.
A paralisia cerebral não impede Ana Julia de ser uma menina feliz que, mesmo em sua cadeira de rodas, adora música, dançar e sorri o tempo todo. Voluntários no abrigo onde ela morava, por Sidnéia e Eduardo adotaram a menina quando souberam que a instituição ia fechar. Como a menina é totalmente dependente, o casal reuniu a família para comunicar o desejo de adotar Juju e hoje têm nos filhos a sua rede de apoio. “A Juju é invisível aos olhos da sociedade porque falam do negro, do adolescente, mas e a criança com deficiência? Elas são nem vistas”, lamenta Sidnéia. "Coragem nós não temos. Porque a coragem é momentânea, mas o amor é eterno", finaliza, emocionado, Eduardo, o pai da Juju.
O ‘Globo Repórter’ vai ao ar, nesta sexta-feira, dia 10, logo depois de ‘Pantanal’.
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