A Netflix perdeu 200 mil assinantes no primeiro trimestre de 2022, o que levou a uma queda expressiva de valor nas ações da empresa de streaming, que despencaram 24% no after-market. Hoje com 221,6 milhões de assinantes, a empresa vê ainda uma queda potencial de 2 milhões de assinantes no segundo trimestre do ano, de acordo com balanço divulgado nesta terça, 19.
Apesar do churn, as receitas no primeiro trimestre cresceram 10%, para US$ 7,89 bilhões, um pouco abaixo da projeção do mercado, de US$ 7,93 bilhões. O lucro operacional foi de US$ 1,97 bilhão e o lucro líquido foi de US$ 1,59 bilhão. Para o próximo trimestre, mesmo com a continuidade da perda de assinantes, a previsão de receitas supera os US$ 8 bilhões.
Perda de assinantes
No começo de março, a Netflix suspendeu seu serviço na Rússia, perdendo, com isso, 700 mil clientes. Sem a perda da base russa por conta do boicote fomentado pela invasão da Ucrânia, o serviço, portanto, teria ampliado sua base em 500 mil assinantes.
A região Ásia-Pacífico foi a única que ainda apresentou crescimento, com um milhão de novos assinantes, chegando a um total de 33,72 milhões . Na EMEA (Europa, Oriente Médio e África) o churn foi de 300 mil clientes – sem o boicote, a região teria apresentado ganho líquido da base. Na América Latina, e na UCAN (Estados Unidos e Canadá), o serviço perdeu 350 mil e 640 mil assinantes, respectivamente, no trimestre.
Além da eliminação da base russa, a pirataria também tem forte impacto na base da Netflix – ainda que a empresa prefira não chamar de pirataria o compartilhamento de senha. A Netflix estima que sua penetração seja quase 50% maior levando em conta esta prática: mais de 100 milhões de lares teriam acesso ao serviço de streaming através de senhas de outros lares, sendo mais de 30 milhões apenas nos Estados Unidos e no Canadá.
O plano da Netflix é seguir investindo em programação e recomendação para melhorar a percepção de valor do serviço. Outro foco está em monetizar o compartilhamento de senha. A primeira iniciativa neste sentido acontece em três mercados da América Latina, onde foram criados planos através dos quais é possível, mediante pagamento, incluir membros de outros lares à assinatura.
Para a Netflix, embora o esforço em converter os usuários que acessam irregularmente a plataforma não tenha impacto imediato, há uma oportunidade de ampliar a base e a receita no curto para médio prazo.
Com informações, TELA VIVA
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