Fernando Manuel Pinto elogia Grêmio e Inter e avalia possíveis mudanças quando a bola voltar a rolar no Brasil |
Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Fernando Manuel Pinto, diretor responsável pela negociação de direitos esportivos no Grupo Globo, afirmou que a forma de negociação com os clubes já passou por diversas mudanças e que com a Lei do Mandante recentemente o mais importante é a busca por uma negociação em conjunto dos clubes e não individualizada.
“Acima de tudo, a negociação será conduzida da maneira como os vendedores assim determinarem, os vendedores assim escolherem. Há diversos países do mundo onde você tem um direito natural que inicia no clube mandante, mas esses clubes mandantes o que resolveram fazer com esse direito individual? Transformaram esse direito individual em um elemento de uma agenda, de um pacote coletivo, através de Ligas, e comercializados junto ao mercado de maneira centralizada”, afirma o executivo.
“Infelizmente, essa questão acabou ficando de fato muito misturada porque você tem no Brasil uma situação atípica, de uma negociação de uma propriedade tão complexa e tão importante como o Campeonato Brasileiro. E essa negociação foi forçosamente feita de maneira individualizada, então você tem contratos individualizados por mídias e contratos individualizados por clubes”, completa.
“A Globo não tem absolutamente nada contra o direito ser do mandante, muito pelo contrário, a Globo entende que isso pode e deve sim representar uma evolução para o futebol brasileiro, desde que a gente não caia em uma armadilha de achar que isso traz só a liberdade, a segurança de qual é o jogo que está vendido, sem considerar a sustentabilidade dos negócios e a necessidade que tanto o mercado, quanto o futebol, precisam da organização, da distribuição e venda dos direitos”, afirma o executivo.
“A Lei do Mandante é vista com bons olhos, como uma evolução e com a Globo e eu próprio fazendo muitos votos aqui de que os clubes utilizem todo esse debate, façam uso de todo esse debate sobre os direitos, a consolidação de um novo ordenamento jurídico com base no direito do mandante, na verdade para construir uma centralização desses direitos para o futuro”, conclui.
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