(Reprodução) |
A discrição e a eficiência acompanharam Mauro Silva por toda sua trajetória no futebol. Defendeu apenas três clubes na carreira: Guarani e Bragantino, no Brasil; e La Coruña, na Espanha, onde atuou por 13 anos. Campeão do mundo de 1994 com a seleção brasileira, foi o único jogador titular de linha daquela final a nunca ter balançado a rede com a camisa amarelinha. E justamente naquela decisão foi o quando esteve mais perto de cair com essa escrita, quando arriscou um chute de fora da área e o goleiro italiano Pagliuca foi salvo pela trave de uma falha que poderia ter entrado para a história. Aposentou-se em 2005, sem muita badalação, e seguiu um percurso diferente da maioria dos ex-jogadores. Optou pela área executiva. Hoje é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol. Neste sábado (27), a partir de 22h30, ele é o convidado do 'Grande Círculo', no SporTV, conversando por vídeo com o apresentador Milton Leite e os comentaristas Lédio Carmona e Alexandre Lozetti.
Dentro de campo, Mauro Silva sempre foi conhecido como um “carregador de piano”, aquele jogador que não aparece muito para a torcida, mas de grande importância para a equipe. E fora das quatro linhas o papel que pretende exercer é parecido, nos bastidores. "Meu sonho aqui na federação junto aos clubes é formar jogadores que causem impacto positivo na sociedade. E isso se dá a partir do conhecimento. É uma forma de tentar retribuir o que a bola me deu. Não é só ganhar dinheiro. No fim da vida você vai olhar pra trás e se perguntar: 'O que eu fiz pelo meu país, para a sociedade?' Gosto desse caminho de a gente ter cada vez melhor o entendimento do nosso papel. O jogadores, pela visibilidade que têm, poderiam contribuir muito mais", analisa Mauro Silva.
Outra causa prioritária para o dirigente é a do combate ao racismo. E mais uma vez, o pensamento dele extrapola a formação esportiva. "Muitos jogadores não conhecem a história do racismo do Brasil, a tragédia humana no mundo todo. Basta olhar as cidades. Você sabe que o Brasil aboliu a escravidão, mas nunca fez um projeto pra a inclusão na sociedade dos escravizados. O cenário que nós temos é esse, de desigualdade social. Ajudaria muito os jogadores terem conhecimento e ajudarem. Tornou-se natural, dentro desse racismo estrutural, o negro chegar a um ambiente e ser confundido com motorista ou garçom porque é um ambiente que ‘ele não deveria estar'. Acho que é papel do futebol discutir isso, colocar o dedo na ferida e ser uma plataforma de conscientização", opina o ex-jogador.
O 'Grande Círculo' deste sábado começa logo após o 'Troca de Passes'.
Postar um comentário
Deixe seu comentário