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A presença do esporte nas plataformas de streaming foi tema de debate nesta quinta-feira (16) em painel no evento Brasil Streaming 2020, realizado pelos sites TELA VIVA e TELETIME. Esse tipo de empresa tendem a chegar como mais uma janela para ajudar a pagar a conta, apontaram os debatedores do painel que aconteceu por meio de live.
Maurício Portela, diretor da Live Mode, diz que o streaming talvez não pague a conta sozinho, mas hoje, ninguém o faz. "A TV aberta, o pay-per-view também não pagam a conta sozinhos. O streaming faz a conta aumentar. Não vai haver uma substituição e nem deveria haver uma competição por isso", diz o executivo. No entanto, ele lembra que as plataformas de streaming já começam a trazer valores relevantes ao futebol, como Facebook, Google, DAZN. "O Brasileirão e os campeonatos estaduais ainda são um desafio", diz, apontando que fazem parte de um ecossistema bem estruturado entre Globo, SporTV e Premiere.
O vice-presidente de Esportes da Turner na América Latina, Fábio Medeiros, concorda que, para grandes eventos, é difícil que o streaming pague a conta sozinho. Mas a participação das plataformas online no esporte, diz, é um caminho sem volta. "Historicamente, o modelo de negócios do futebol é em parceria com os grandes players, isso não se muda de uma hora para outra", conta. "A migração da audiência hoje é cavalar, mas o investimento não está acompanhando. Vai demorar um pouco mais", completa.
Par o executivo, no entanto, o streaming traz uma oportunidade com modalidades esportivas sem espaço na TV. "Para a TV tradicional, só faz sentido agora o que dá muita audiência. O judô, por exemplo, só consegue ter relevância pelo digital, não dá a audiência necessária para a TV", explica.
Segundo Pitter Rodrigues, responsável pela estratégia de parcerias de esportes no Facebook, a rede social já deixou claro que entrou de maneira consistente no jogo esportivo, com aquisição direitos importantes como Champions League e Libertadores, mas tem também interesse em modalidades e ligas menores. "O conteúdo que buscamos é aquele que cria comunidades e conecta pessoas. Pode ser uma Champions League ou até um torneio de boliche", diz. Em alguns casos, o investimento é na aquisição de direitos e na produção, mas há um investimento em permitir que a plataforma possa ser usada por aqueles que não encontram um espaço na mídia. "Há um processo de democratização de acesso ao esporte. Temos transmissões de campeonatos independentes, de futebol amador", conta.
Segundo o executivo do Facebook, a medida provisória que concede ao clube mandante o direito de transmissão das partidas pode levar ao aumento no investimento, mas quando houver segurança jurídica. "O que esperamos é que ela deixe de ser medida provisória e passe a vigorar como a regra. Seja como está hoje (o texto da MP) ou com alguma alteração, podemos começar a pensar nos investimentos que podemos fazer", diz.
Para Fábio Medeiros, da Turner, a mudança pode abrir a possibilidade de se criar uma unidade de negociação. "A junção dos clubes pode construir uma marca para buscar até a internacionalização", diz.
Portela, da Live Mode, vai no mesmo sentido. Antes da MP, diz, era necessário juntar 20 clubes para negociar uma liga. "(Com a MP) se juntar 10, já tem 190 jogos com no mínimo 10 dos grandes clubes. Lei do mandante tende à união entre os clubes", explica.
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