Audiência da TV aberta se consolida durante a pandemia



A cada dia a TV aberta ganha mais protagonismo. Desde março, quando os casos da Covid-19 se espalharam por todo o país, são os canais abertos que desempenham o papel de informar a população diariamente. Para se ter uma ideia da importância desses veículos de mídia, de acordo com dados do Kantar Ibope Media, a quantidade de aparelhos ligados das 7h à meia-noite aumentou 10% nos meses de janeiro a maio deste ano, quando comparado ao mesmo período em 2019. Isso quer dizer que cada brasileiro assistiu a 5h25 de TV aberta em 2020; no ano passado, a média foi de 5h12.
Para atender o público que carece de informações verídicas e atualizadas, as emissoras tiveram que se readequar a este momento ímpar. O jornalismo, com prestação de serviço, se tornou ainda mais importante. Programas e boletins especiais foram criados para dar conta de notícias que chegam de diversos países.
"Graças à TV aberta, que tem um alcance de 98% do território nacional, as informações têm sido passadas de forma clara e precisa - tudo o que este momento requer para evitarmos o pânico", afirma José Marcelo Amaral, presidente do Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD).
Para se aproximar ainda mais do público, os centros de produção televisivos também se adequaram a novas tecnologias. As famosas lives, que até então eram comuns na internet, passaram a permear a programação da TV Aberta. Apenas como exemplo, segundo dados consolidados do Ibope, a live da Ivete Sangalo, exibida em abril, pela TV Globo, teve média de 29 pontos em São Paulo, com direito a share de 45%.

Entrevistas com especialistas e convidados, diretamente de suas residências, também tem demandado o uso de plataformas de videoconferência e equipamentos adaptáveis ao "novo normal". Todo esse esforço para preservar a saúde dos profissionais e levar ao público os fatos corretos e na hora que eles acontecem.

Contribuição
Para melhorar ainda mais a qualidade da TV digital aberta, contribuindo não apenas como esse momento, mas também com o desenvolvimento da TV nos próximos anos, o Fórum Brasileiro de TV Digital Terrestre (Fórum SBTVD) continua a desempenhar um importante papel. Atualmente, membros da entidade estão trabalhando na etapa final da suíte de testes do perfil D do Ginga. Também conhecido como DTV Play, é baseado na plataforma IBB (Integrated Broadcast - Broadband), permitindo, de forma resumida, convergir a TV aberta com a banda larga, o que abre um novo modelo de negócios.
Para implementação deste recurso, o Fórum desenvolveu uma suíte de testes, que garantirá a interoperabilidade dos televisores que tenham o perfil D embarcado com as aplicações interativas que serão desenvolvidas pelas emissoras de TV aberta.
Interatividade
Aplicativos para o perfil D do Ginga, perfil interativo do padrão de TV digital aberta brasileira, permitirão uma nova forma de interação dos telespectadores com o conteúdo disponibilizado pelas emissoras, tanto via broadcast como broadband. Entre os benefícios, os consumidores poderão acessar os aplicativos, sem saírem do ambiente da TV aberta.
"O consumo de serviços de streaming cresceu muito nos últimos dias e a restrição de consumo de dados via internet é uma possibilidade real, para não acontecer um colapso na rede; a busca por informações atualizadas é constante e a televisão é considerada uma das fontes mais confiáveis, junto com a mídia impressa", ressalta Raphael Barbieri, coordenador da suíte de testes do Fórum SBTVD.
Segundo o especialista, ao cruzar esses fatores, tem-se a conclusão de que o fornecimento de conteúdos de uma forma mais interativa, sendo entregues à população via broadcast e pequenas inserções mais individualizadas via broadband, podem formar um ecossistema sustentável e expansível, tanto no número de usuários, como na quantidade de conteúdos disponibilizados.

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