Téo José comenta sobre MP dos direitos de transmissão

(Reprodução/FOX Sports)


A Medida Provisória 984, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, mudou aspectos importantes da Lei Pelé. O principal delas é o direito de arena para transmissão de jogos de futebol no Brasil, que permite os clubes mandantes a comercializarem o televisionamento das partidas de forma livre, sem a concordância do visitante.

O narrador Téo José, em comentário na Rádio Sagres AM de Goiânia, analisou os efeitos da MP e ponderou que “na Europa, o único país onde os clubes não vendem em bloco os direitos de transmissão é Portugal, e tem time que tem um orçamento anual de menos de 4 milhões de euros. Ou seja, se você fizer uma análise rasa, Portugal é onde ganha-se menos”.

“No Brasil, para a forma que o mercado de televisão está e a previsão de como ficará, a Rede Globo paga muito bem em bloco. Por exemplo, se o Goiás sair sozinho a campo querendo vender os seus jogos dificilmente conseguirá os cerca de 70, 80 milhões de reais que conseguiu no ano passado, e que pode conseguir este ano, mas será mais difícil pela pandemia”, alertou o narrador.

A justificativa de Téo José é que “a televisão não terá interesse, principalmente a aberta, em um jogo entre Goiás e Fortaleza, Goiás e Ceará, Goiás e Sport, Goiás e Athletico Paranaense, esse jogo não fará dinheiro. Se você vende em bloco, você vende 38 rodadas. Se você vende sozinho, você vende 19 rodadas. Tem muita gente achando que é uma boa coisa, e pode até ser para os grandes, mas para os pequenos não é”.

A dificuldade para essa comercialização existe “mesmo para os grandes. O Campeonato Brasileiro tem 38 rodadas, então vamos fatiar em 19 rodadas. A Rede Globo, de repente, pode comprar só os jogos que o mando de campo não é do Flamengo, e não paga nada para o Flamengo. Os jogos que o Flamengo fará em casa, ele que venda, mas naquele mesmo horário, de repente, a Rede Globo coloca um outro jogo muito forte em cima”.

Para Téo José, existem dois lados, em que “o Flamengo está achando que é o dono do futebol brasileiro. E tem o outro lado: no contrato atual, você não pode ter patrocínio de marca concorrente à Rede Globo, e o Flamengo quer fechar com a Amazon – pode agora, porque a medida provisória dá essa possibilidade. Mas isso significará o quê por ano? 35, 40 milhões de reais, sendo que o Flamengo, na televisão, pode faturar mais de 250 milhões de reais com relação ao contrato atual com a Rede Globo”.

“Tem muita gente que acha é a liberdade dos clubes. Não é, tem muita gente que vai ‘quebrar a cara’. A Rede Globo deve estar comemorando, porque ela faz um contrato desse tamanho e sabe que o retorno está sendo muito difícil. A Rede Globo, em direitos, paga mais de 2 bilhões para os clubes da Série A. Você coloca cerca de 1 bilhão, 800 milhões de produção, são quase 3 bilhões. Para você levantar isso no mercado e ter lucro é muito difícil”, finalizou o narrador.

Com informações do Sagres Online

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