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A relação do narrador Luis Roberto com a Copa do Mundo de 1994 é das mais afetivas. Aos 33 anos, estava no Estádio Rose Bowl, em Pasadena, na Califórnia, para acompanhar a final entre Brasil e Itália. Na época, nem imaginava que seu futuro seria a televisão. Foi pelas ondas da Rádio Globo que o locutor fez a abertura da transmissão daquele jogo, narrado por Osmar Santos. Neste domingo (26), vai reviver esta emoção ao apresentar, ao lado de Roger Flores, o programa que relembra essa conquista, com direito a narração original de Galvão Bueno. Será no horário tradicional do futebol da TV Globo, logo depois de 'Temperatura Máxima'.
"Eu fiz o pré-jogo pela Rádio Globo. Quem narrou a partida pela rádio foi o Osmar Santos, o Pai da Matéria, e lembro que foram umas três horas de abertura, com reportagens passando pelo Brasil inteiro. Tínhamos uma equipe muito forte naquela transmissão", recorda Luis Roberto.
Já Roger Flores teve uma experiência bem diferente. Então com 15 anos, dando os primeiros passou no futebol, acompanhou do outro lado do mundo a conquista histórica de Romário, Bebeto & Cia. Foi o primeiro título de Copa da seleção que viu, Afinal, o Brasil chegou aos Estados Unidos tentando quebrar um jejum de 24 anos sem erguer a taça.
"A Copa de 1994 para mim é a mais especial como torcedor. Eu estava no auge da paixão pelo futebol, tinha 15 anos e o sonho cada vez mais latente de ser um jogador profissional. Vi a Copa no Brasil até as quartas de final. Na mesma noite da partida contra a Holanda, embarquei para o Japão, pois meu avô morava em uma cidade pequena lá, chamada Mashiko. Então foi de lá que vi a semifinal contra a Suécia e a final contra a Itália. Sem nenhum brasileiro ou qualquer festa. Mas foi bem legal por conta desta história. É o único jogo que lembro realmente de onde eu estava", contou o comentarista.
Neste domingo a dupla comanda um pré-jogo especial de 30 minutos, além do show do intervalo e do pós-jogo para recordar a festa do título. Uma transmissão com tudo que teve aquela final. Desde a emoção no tempo normal, até o sofrimento da prorrogação e, principalmente, a épica vitória brasileira na disputa de pênaltis.
LUIS ROBERTO
Na abertura da transmissão da Rádio Globo, você leu um texto relembrando os personagens mais marcantes dos 24 anos que se passaram desde a Copa de 1970. Lembra dele?
Esse foi um texto que eu escrevi junto com o Tim Teixeira, que era o editor-chefe da Rádio Globo na época. Achei bem legal por passar pela história, por personagens que marcaram as nossas vidas neste hiato. E também por momentos marcantes, como as eleições diretas; o começo do Plano Real e a morte do Ayrton Senna antes da Copa. Eu estava presente tanto em Ímola, transmitindo aquela corrida fatídica, como na Copa dos Estados Unidos. Foi uma mistura de emoções bem forte, que eu sempre gosto de lembrar para situar historicamente os que não eram nascidos.
Qual a emoção de rever este jogo quase 26 anos depois? Está preparando algo especial para domingo?
Emoção muito forte. Depois que voltei daquela cobertura, eu só assisti aquele jogo inteiro, com prorrogação e pênaltis, apenas uma vez, e já tem muito tempo. Estou bem empolgado de acompanhar isso na íntegra, com a narração original do Galvão, os comentários do Pelé e do Arnaldo Cezar Coelho. A cena deles pulando para comemorar, os óculos do Galvão quase caindo. Estou bem tocado com a chance de reviver tudo isso. Estou tentando preparar algo para o começo da transmissão, mas sem spoiler. Vai ser surpresa.
O que o Luis Roberto de 2020 falaria para o Luis Roberto de 1994?
Continue acreditando nos seus sonhos. Eu já sou um senhor. Há 26 anos eu era um jovem cheio de sonhos. Muitos se realizaram e muitos ainda estão por se realizar. Um deles é o de ver a diminuição da desigualdade social do Brasil. Sonho ver um país mais justo e menos agressivo. Mas acho que diria para o Luis daquela época seguir os compromissos e conceitos que já tinha para ajudar a construir um Brasil mais justo.
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