Com elegantes movimentos de câmera e uma fotografia admirável, a sequência de “The Young Pope”, composta por nove episódios de uma hora, mergulha novamente nos místicos corredores do Vaticano e nos segredos de personagens pitorescos, com idiossincrasias peculiares e apaixonadas. “The New Pope” continua o debate sobre o fanatismo religioso e retoma a discussão sobre os milagres, o limite entre o sagrado e o profano, os mistérios da fé e os problemas e escândalos do mundo real que perseguem a Igreja.
A primeira temporada dessa ficção, “The Young Pope”, relatou o controverso início do pontificado do Papa Pio XIII, o primeiro pontífice estadunidense e o mais jovem da história, chamado Lenny Belardo. Interpretado por Jude Law, o atraente, severo e imprevisível Pio XIII manobrou as disputas de poder do Vaticano, questionando a honestidade de seus cardeais e declarando abertamente seu desejo de revolução. Para seu braço direito, o Secretário de Estado do Vaticano Angelo Voiello (Silvio Orlando), a severidade de Pio ilustrava o abismo entre o papado e o resto da humanidade, e suspeitava que não era o povo que se distanciava de Deus, mas o próprio Santo Padre.
“The Young Pope” acaba com Pio XIII caindo diante de uma praça cheia de fiéis em Veneza, depois de acreditar ter visto seus pais, agora idosos, que o abandonaram quando criança e cuja perda ele nunca superou.
“The New Pope” começa vários meses depois desse fatídico ataque cardíaco de Pio XIII, com o pontífice em coma e com o Secretário de Estado Voiello pronto para convocar uma nova eleição papal. Depois de um parênteses imprevisível e misterioso, Voiello consegue que Sir John Brannox Malkovich (John Malkovich) um aristocrata inglês moderado, encantador e sofisticado, chegue ao trono papal adotando o nome de João Paulo III.
O novo Papa parece perfeito, mas esconde segredos e certa fragilidade, e imediatamente compreende que não será fácil substituir o carismático Pio XIII. Oscilando entre a vida e a morte, Lenny Belardo se converte em Santo para milhares de fiéis que agora o idolatram, alimentando o contraste entre os fundamentalismos.
Enquanto isso, a Igreja enfrenta escândalos sexuais, idólatras e possíveis ataques terroristas que ameaçam devastar as hierarquias de maneira irreversível e perigos externos que golpeiam os símbolos do cristianismo. Entretanto, como de costume, no Vaticano nada é o que parece. O bem e o mal andam de mãos dadas através da história e, para chegar ao seu confronto, é preciso esperar que os eventos sigam seu curso.
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