A parceria entre a TV Cultura e o Itaú Cultural se iniciou na sequência da Ocupação Inezita Barroso, realizada pelo instituto em 2017, e teve a sua primeira exibição na 42ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo (MIC). O filme, dirigido por Helio Goldsztejn, com roteiro de Fabio Brandi Torres, apresenta a história da cantora Inezita Barroso (1925-2015), que desafiou família, preconceitos, a própria época em que começou a carreira e até o universo de um gênero musical.
Inezita venceu várias batalhas ao longo da vida e sempre carregou a bandeira da preservação da música de raiz, abrindo caminho para que outras mulheres também pudessem cantar e tocar viola. Se hoje a presença feminina é cada vez maior na música caipira, muito deste mérito se deve a ela.
Inezita somou mais de 60 anos de carreira – quase 35 deles à frente do Viola, Minha Viola, programa que se tornou espaço único de defesa da música caipira. Como apresentadora, comprou várias brigas por admitir apenas a presença de artistas que procuravam manter a tradição do gênero musical que abraçou. Não admitia, por exemplo, baterias e teclados no palco da atração.
À sua jornada na televisão e às apresentações musicais como cantora, Inezita Barroso somou outras atividades: foi atriz de cinema – tendo ganhado o Prêmio Saci de Melhor Atriz de 1955, dirigida por Alberto Cavalcanti –, pesquisadora, folclorista, radialista e professora universitária. Poucos sabem, mas em sua trajetória de cantora, ela não foi motivada somente pela música caipira, mas também pelo samba. Para Paulo Vanzolini, foi a melhor intérprete do gênero no País.
Participaram do documentário com depoimentos sobre Inezita as atrizes Ruth de Souza, Nicette Bruno e Eva Wilma, o ator Ary Toledo, o violeiro Paulo Freire, que foi o curador da Ocupação Inezita Barroso, o musicólogo e jornalista Zuza Homem de Mello, o jornalista José Hamilton Ribeiro e os cantores Mary e Marilene Galvão, Renato Teixeira e Roberta Miranda.
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