(Reprodução) |
Mário Celso Peraglia, presidente do Conselho Administrativo do
Athletico/PR, fez duras críticas ao Flamengo e a Globo. Em dois artigos
no jornal 'Folha de S. Paulo' do último sábado, na seção
Tendências/Debates, o mandatário do Furacão e Fernando Manuel Pinto,
diretor de direitos e relacionamento com futebol da TV Globo,
responderam com visões totalmente diferentes ao seguinte tema: 'O modelo
de divisão de cotas de TV para os clubes de futebol é adequado?'
O artigo com a resposta 'sim' ficou com Fernando, enquanto o artigo do 'não' com Peraglia. Com o título 'Equilíbrio e Meritocracia', Pinto defendeu em seu texto o atual formato de divisão de cotas. Confira a íntegra:
SIM
- Em 2016, em meio a maior concorrência já ocorrida por direitos da Série A, a resposta da Globo foi um novo formato de contratação, atendendo a anseios dos clubes, que batizamos de 'Novo Modelo 2019-24'. Chegamos a acordos individuais com 37 clubes, mas que levam, pela primeira vez, a um formato coletivo e disponível a todos, onde critérios ligados a equilíbrio e meritocracia é que determinam a remuneração de cada clube na Série A, em vez dos valores predeterminados do formato anterior, vigente até 2018 e com apenas 18 clubes sob acordos plurianuais. Esse processo funcionou como 'unir o útil ao agradável': a abordagem foi capaz de promover um modelo coletivo para os clubes. O 'Novo Modelo 2019-24' jamais teve a pretensão de ser perfeito, seria impossível diante dos enormes desafios. Miramos um grande passo! Aprimoramentos, a partir de agora, dependem do reconhecimento dos avanços conquistados, e, sobretudo, dos passos que a partir deles podem ser dados - finalizou Fernando Manuel Pinto.
Petraglia não poupou o atual sistema de cotas. O mandatário criticou a TV Globo e atacou diretamente o Flamengo logo no título de seu texto: 'Flavorecimento'
NÃO
- Uma vez favorecido, sempre favorecido. Todo monopólio parte do princípio de que não é aberta a outros a participação no grupo daqueles que controlam um sistema e determinam as regras que o operam. Toda iniciativa para mudar qualquer ordem nessa dinâmica tende a ser frustrada, pois o teto de cada um é preestabelecido pelos próprios organizadores desse sistema. Nós, do Athletico Paranaense, estamos há mais de 20 anos dizendo que não (ao modelo de divisão de cotas de TV). Mas parece que ainda vivemos no Brasil que liga a TV para ver um só canal, com uma só linguagem e abordagem. É algo que permanece há mais de meio século - e os mais favorecidos dizem que 'tem que manter isso aí', agindo pesado contra qualquer mudança - disse Petraglia e que, logo depois, atacou diretamente o clube carioca.
- O sistema não tem interesse em desenvolver o futebol brasileiro, mas em desenvolver um ou dois clubes como se eles representassem todo o país. Criou-se uma narrativa de que toda audiência nacional se interessa e quer ver o Flamengo. Uma euforia fomentada por matérias em clima de mobilização, de que há algo muito importante acontecendo quando o time da ponta da pirâmide joga. Como um time com tanto apoio teve tão poucas conquistas, ao longo das décadas, em proporção às suas possibilidades? Os títulos e o domínio técnico à altura do seu favorecimento só vieram quase 40 depois do primeiro campeonato de expressão... Nada foi construído para que os mais organizados alcançassem os resultados, mas para que 'os escolhidos' possam ser beneficiados de várias formas até que confirmem finalmente sua força. É a típica meritocracia à brasileira. Fica clara a necessidade de redistribuição dos valores, mais em linha com o cenário esportivo e tecnológico atuais. Fica gritante a urgência de mudança na legislação que permita o aporte de capital internacional nos clubes, como é há tempos nos maiores centros do futebol, e fazer com que os melhores atletas do mundo joguem em uma liga forte aqui no Brasil. - finalizou Mário Celso Peraglia.
O artigo com a resposta 'sim' ficou com Fernando, enquanto o artigo do 'não' com Peraglia. Com o título 'Equilíbrio e Meritocracia', Pinto defendeu em seu texto o atual formato de divisão de cotas. Confira a íntegra:
SIM
- Em 2016, em meio a maior concorrência já ocorrida por direitos da Série A, a resposta da Globo foi um novo formato de contratação, atendendo a anseios dos clubes, que batizamos de 'Novo Modelo 2019-24'. Chegamos a acordos individuais com 37 clubes, mas que levam, pela primeira vez, a um formato coletivo e disponível a todos, onde critérios ligados a equilíbrio e meritocracia é que determinam a remuneração de cada clube na Série A, em vez dos valores predeterminados do formato anterior, vigente até 2018 e com apenas 18 clubes sob acordos plurianuais. Esse processo funcionou como 'unir o útil ao agradável': a abordagem foi capaz de promover um modelo coletivo para os clubes. O 'Novo Modelo 2019-24' jamais teve a pretensão de ser perfeito, seria impossível diante dos enormes desafios. Miramos um grande passo! Aprimoramentos, a partir de agora, dependem do reconhecimento dos avanços conquistados, e, sobretudo, dos passos que a partir deles podem ser dados - finalizou Fernando Manuel Pinto.
Petraglia não poupou o atual sistema de cotas. O mandatário criticou a TV Globo e atacou diretamente o Flamengo logo no título de seu texto: 'Flavorecimento'
NÃO
- Uma vez favorecido, sempre favorecido. Todo monopólio parte do princípio de que não é aberta a outros a participação no grupo daqueles que controlam um sistema e determinam as regras que o operam. Toda iniciativa para mudar qualquer ordem nessa dinâmica tende a ser frustrada, pois o teto de cada um é preestabelecido pelos próprios organizadores desse sistema. Nós, do Athletico Paranaense, estamos há mais de 20 anos dizendo que não (ao modelo de divisão de cotas de TV). Mas parece que ainda vivemos no Brasil que liga a TV para ver um só canal, com uma só linguagem e abordagem. É algo que permanece há mais de meio século - e os mais favorecidos dizem que 'tem que manter isso aí', agindo pesado contra qualquer mudança - disse Petraglia e que, logo depois, atacou diretamente o clube carioca.
- O sistema não tem interesse em desenvolver o futebol brasileiro, mas em desenvolver um ou dois clubes como se eles representassem todo o país. Criou-se uma narrativa de que toda audiência nacional se interessa e quer ver o Flamengo. Uma euforia fomentada por matérias em clima de mobilização, de que há algo muito importante acontecendo quando o time da ponta da pirâmide joga. Como um time com tanto apoio teve tão poucas conquistas, ao longo das décadas, em proporção às suas possibilidades? Os títulos e o domínio técnico à altura do seu favorecimento só vieram quase 40 depois do primeiro campeonato de expressão... Nada foi construído para que os mais organizados alcançassem os resultados, mas para que 'os escolhidos' possam ser beneficiados de várias formas até que confirmem finalmente sua força. É a típica meritocracia à brasileira. Fica clara a necessidade de redistribuição dos valores, mais em linha com o cenário esportivo e tecnológico atuais. Fica gritante a urgência de mudança na legislação que permita o aporte de capital internacional nos clubes, como é há tempos nos maiores centros do futebol, e fazer com que os melhores atletas do mundo joguem em uma liga forte aqui no Brasil. - finalizou Mário Celso Peraglia.
Com informações do Lance!
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