Criticado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, o investimento da Caixa Econômica em camisas de clubes de futebol acumulou R$ 663,6 milhões nos últimos sete anos. O futuro do projeto ainda não está definido para 2019, mas a tendência é não continuar pelas declarações do governo. Clubes se preparam para a saída do principal patrocinador do esporte e boa parte deles retirou a marca do banco dos sites.
Durante a cerimônia de posse do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, Guedes afirmou que ''às vezes é possível fazer coisas cem vezes melhor com menos recursos do que gastar com publicidade em times de futebol''.
O projeto da Caixa iniciou seu projeto em camisas de futebol em 2012, ano em que gastou apenas R$ 5,8 milhões. Com o tempo, o banco foi se tornando o maior patrocinador do esporte, chegando ao seu ápice em 2017 com R$ 145,8 milhões. O levantamento fornecido pela Caixa mostra que o total chegou a R$ 663,6 milhões, o que dá uma média de R$ 95 milhões por ano.
Foram 25 clubes patrocinados em 2018, sendo que 23 deles já tiveram seus acordos encerrados no final de dezembro. Apenas dois contratos continuam em vigor: o do Sport (vai até o final de maio) e o do Botafogo (vai até final de fevereiro). A assessoria da Caixa informou que ''os patrocínios para 2019 estão sob análise''.
Mas os clubes já estão cientes que é pequena a chance de renovação, segundo o blog apurou. Pelo menos dirigentes de três times manifestaram reservadamente que não acreditam na continuidade do contrato, embora um deles tenha mandado proposta de prorrogação.
Outro sinal é que a maioria dos clubes já tirou a marca da Caixa de seus sites em janeiro. São os casos de Flamengo, Cruzeiro, Atlético-MG, Athletico-PR e Santos. Alguns deles já começam a excluir o nome do banco também da camisa.
Nos anos anteriores, era normal que os clubes mantivessem os símbolos da Caixa em camisas e sites até a renovação. Isso porque já tinham a expectativa de que o compromisso fosse ser renovado para as temporadas. Agora, a maioria está buscando novo parceiro para o espaço nobre da camisa.
E, com algumas exceções, as perspectivas não são muito otimistas. Sites de apostas, que poderiam se tornar uma alternativa por exemplo, ainda não estão liberados para patrocinar camisas pois ainda falta regulamentar as apostas online. O blog apurou que o Flamengo, que detém o maior patrocínio no total de R$ 25 milhões, tinha propostas de empresas, mas, até agora, não há nada encaminhado.
A não ser em caso de reviravolta no rumo do governo de Jair Bolsonaro, o primeiro semestre será marcado pela busca dos grandes clubes por patrocínios master, com exceções daqueles que já têm parceiros como é o caso do Palmeiras e do São Paulo, por exemplo.
UOL
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