Por:Samuel Possebon
Luiz Eduardo (Bap) Baptista, presidente da Sky, anunciou na última sexta, dia 28, em comunicado interno, que está deixando a empresa. Segundo apurou este noticiário, a saída de Bap foi uma surpresa dentro da companhia, já que o executivo estava com seu contrato renovado por mais um período. Ainda não existe um substituto anunciado. Segundo o comunicado, assinado pelo próprio Bap, a sua permanência na empresa estava vinculada à realização do IPO da Vrio, empresa resultante do spin-off realizado pela AT&T das unidades na América Latina e Brasil (o que incluia a Sky). Como o IPO não aconteceu e nem está na iminência de acontecer, escreveu Bap, chegou a hora de seu desligamento. Ele escreve que os resultados "estão ótimos" e que a empresa "está indo bem", e que portanto a sua saída não representa "risco ao negócio". Ele agradece Melissa Arnoldi, CEO da Vrio, e faz uma série de agradecimentos a parceiros da empresa, acionistas, e seus colaboradores diretos e indiretos. Bap já vinha ensaiando a sua saída há algum tempo, mas com os processos de venda da DirecTV para a AT&T e depois a separação da unidade latinoamericana, foi convidado a permanecer na empresa. Em conversas informais, tem dito que desejaria ir para outro setor, já que está no mercado de telecom, especialmente TV por assinatura, há mais de 20 anos, mas seus planos não estão anunciados ainda. Bap deve permanecer à frente da Sky ainda por um período de transição até o começo de 2019, segundo fontes próximas. Ele inclusive atuará na seleção do substituto.
Além dos desafios do mercado de TV paga decorrentes da crise econômica e do cenário competitivo, a Sky tem um grande desafio pela frente que é a sua situação após a fusão da AT&T com a Time Warner. No Brasil, o processo de fusão ainda está sob escrutínio na Anatel e na Ancine, e existe o risco de que a fusão não seja aprovada, por conta das restrições da Lei do SeAC (Lei 12.485/2011). A depender do encaminhamento dado pelas autoridades, a AT&T poderá ser obrigada a se desfazer da Sky no Brasil, o que colocaria a empresa à venda. Mas esta situação ainda não está colocada, ainda que desde o começo do ano a AT&T tenha planejado uma oferta pública da unidade da América Latina, na expectativa de captar cerca de US$ 600 milhões, o que não se mostrou naquele momento (abril) e parece não estar no cenário de curto prazo.
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