Série da BBC com padre detetive estreia na TV Cultura


Dentre muitas outras coisas, o Reino Unido é, sem dúvidas, um grande exportador de histórias de crime e mistério de autores marcantes, como Sir Arthur Conan Doyle e Agatha Christie, com seus icônicos Sherlock Holmes e Hercule Poirot, adaptados para a TV e para o cinema por múltiplas vezes. Já há alguns anos, os ingleses têm acompanhado na televisão as aventuras de um outro detetive clássico da literatura britânica, o Padre Brown, criado pelo escritor G. K. Chesterton. 

No ar desde 2013 por lá pelo canal BBC, a série estreia nesta sexta-feira, 28, pela primeira vez na televisão aberta brasileira, na TV Cultura. No papel principal, um rosto bem conhecido do público, o ator Mark Williams, o eterno Sr. Weasley dos filmes de ​Harry Potter. Ao todo, para ele, já são seis anos e sete temporadas na pele do padre católico. “É um personagem brilhante que Chesterton escreveu”, afirma o ator em entrevista, por telefone, ao Estado. “Você não espera que ele pense as coisas que pensa. Ele dá importância a detalhes que as pessoas não veem, e isso é o que faz dele um detetive tão bom.”

Para Williams, é estranho que o seu personagem vá agora, tanto tempo depois, ganhar um novo público, mas ele gosta. “Estamos bem animados com o fato da série chegar ao Brasil para uma nova audiência.” Segundo ele, mesmo após tantos anos na pele de Brown, a magia da série continua a mesma. “Ainda estamos fazendo a série da mesma forma, o time é incrível. Não tem nada diferente e estamos bem orgulhosos disso.”

Padre Brown se passa nos anos 1950 e acompanha os misteriosos acontecimentos de uma pequena vila no interior da Inglaterra. As casas, os jardins, as estações de trem e todos os cenários de época são, por si só, um atrativo à parte para a série. Mas o que mais chama a atenção é uma linha leve que passa, principalmente, pela comédia, mas com toques de drama, romance e, claro, suspense. 

Já no primeiro episódio da série, O Martelo de Deus, que vai ao ar nesta sexta na Cultura, são tratados temas como infidelidade, imigração e homossexualidade. Para Williams, o episódio é uma boa apresentação para a série. “É uma demonstração muito boa. Não deixamos de falar sobre assuntos delicados só porque a série se passa nos anos 50. Muita coisa, na verdade, não mudou de lá para cá.” O episódio, na opinião do ator, apresenta a qualidade que ele mais admira em Brown. “Ele não julga as pessoas e é o que mais gosto nele. Ele segue o que Cristo disse”, afirma. “Ele é bem inclusivo, assim como eu.”


Como nas histórias de Sherlock Holmes, o Padre Brown também tem uma espécie de “Dr. Watson” para chamar de seu, a observadora Sra. McCarthy, vivida na série por Sorcha Cusack. “A série não seria a mesma sem ela. A relação entre eles é muito interessante e Cusack é uma ótima atriz.”

Harry Potter
Williams espera que a série, no Brasil, tenha o mesmo efeito que ele acompanha no Reino Unido, de unir públicos. “Muitas pessoas jovens e muitas pessoas mais velhas gostam de Padre Brown e assistem juntas, espero que aconteça o mesmo no Brasil.”

Para o público mais jovem, Mark Williams é conhecido por ter vivido, por muitos anos, o simpático patriarca da família Weasley em vários filmes da saga Harry Potter. Segundo o ator, há um lado bom em viver personagens por tanto tempo, como ele tem feito novamente com Padre Brown. “Você pode colocar mais de você no personagem, se aprofundar e deixá-lo mais rico, é como um bom queijo ou vinho”, acredita. “Mas não significa que fique mais fácil.”

Numa era com tantos reboots e remakes no cinema e na TV, uma boa notícia para os fãs de Harry Potter. Caso fosse convidado, Williams afirma que não hesitaria em aceitar viver novamente o pai de Ron Weasley em um novo filme da saga. “Toparia sim, com certeza.”

ESTADÃO

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