Nos últimos quatro anos, dois casos envolvendo meninos acusados de pequenos roubos e furtos chocaram o Brasil por meio de imagens divulgadas rapidamente nas redes sociais:
Paulo Roberto Soares, na época com 15 anos, foi preso nu a um poste por uma tranca de bicicleta e Ruan Rocha foi tatuado na testa depois de tentar furtar uma bicicleta para comprar drogas. O ‘Profissão Repórter’ desta quarta-feira, dia 22, mostra o que aconteceu
com esses dois jovens, vítimas de castigos e torturas, e destaca como a cultura da justiça pelas próprias mãos se espalha pelo compartilhamento via internet.
Caco Barcellos foi até uma clínica de reabilitação para entrevistar Ruan Rocha que, aos 18 anos e em tratamento desde o ocorrido, fala sobre sua vontade de sair limpo
e voltar a ter uma rotina normal. O jovem, quase um ano depois do castigo sofrido, chegou a ser preso ao tentar furtar desodorantes em um mercado. A clínica onde ele estava internado pagou sua fiança.
Já para investigar a história de Paulo Roberto, o repórter Guilherme Belarmino voltou ao Rio de Janeiro
depois de quatro anos da tortura sofrida pelo jovem e recolheu relatos de pessoas próximas a ele, que veio a falecer. “Eu mantive contato com essas pessoas durante esses anos todos porque a minha ideia era fazer uma reportagem posteriormente. No final do ano
passado, me contaram que ele foi morto”, conta Belarmino, que reflete sobre o fato de casos como este terem tanta repercussão inicialmente e, depois, serem esquecidos.
A cultura da justiça pelas próprias mãos e sua exposição alimentada nas redes sociais já se tornaram normais para algumas pessoas. É o que mostra Eliane Scardovelli ao
ir atrás de casos de linchamento. Depois de muitas pesquisas e coleta de dados, a repórter descobriu que, no estado do Amazonas, foram registradas 56 mortes nos últimos três anos como resultado deste tipo de violência física.
O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do ‘Futebol 2018’.
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