Jornalista Juca Kfouri critica pacote de benefícios oferecido pela Turner aos demitidos do Esporte Interativo

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O pacote de benefícios ofertado pela Turner aos mais de 100 demitidos a partir do fim dos canais Esporte Interativo foi duramente criticado pelo jornalista Juca Kfouri em postagem em seu blog no UOL Esporte, a partir de depoimentos de presentes a uma reunião sindical realizada nesta terça-feira (14), no Rio de Janeiro. 

Conta o comentarista dos canais ESPN e da Rádio CBN, que, a rigor, foram oferecidos todos os valores legais de uma rescisão (incluindo FGTS + multa de 40%) e um pacote de 80% do salário multiplicado pelo número de anos completos de trabalho, além de uma extensão de seis meses do plano de saúde, o que, segundo ele, "é praxe hoje em dia no mundo corporativo".

Como em caso de adesão não haverá liberação do seguro desemprego, esse pacote servirá apenas para compensar o valor do seguro na imensa maioria dos casos, já que boa parte das pessoas não tem muito tempo de casa — embora a empresa tenha acabado por concordar em aumentar o valor para os casos em que este ficar abaixo do seguro desemprego.


Ainda em conformidade com Juca Kfouri, a reunião teve um momento de enorme constrangimento. "Depois de um dos funcionários afirmar ser irrisório o valor oferecido no pacote, principalmente para aqueles funcionários que vieram de outros empregos, assim como os estagiários, o vice-presidente demissionário protagonizou cena lamentável: pegou o microfone e disse que estava no mesmo barco (embora tenha ignorado o abismo entre seu salário e o pago à maioria dos funcionários). Diante da exposição de que os estagiários trabalhavam muito além do permitido por lei, reagiu afirmando que ‘eles assim fizeram por que quiseram’. A reação foi de revolta da maioria dos jovens que participava da assembléia convocada pelo Sindicato Interestadual dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica e do Audiovisual – STIC", escreveu.

Juca foi mais além: "ficou a certeza do que já indicava uma pesquisa sobre a cultura da empresa promovida pela Turner há alguns anos. A pesquisa apontou que o EI era um “canal de amigos”, em que apenas um limitado círculo de pessoas tinham acesso às benesses. O que se verificou ser verdade".

O jornalista ainda citou o caso da repórter Liliam Fonseca. Ela foi contratada no início da semana, apesar de a direção saber que o canal sairia do ar. "Como a empresa autorizou a contratação em tais circunstâncias?!!!", interroga. "Com a concordância da emissora, ela abandonou sua cidade, Aracaju, e fez mudança e aluguel de imóvel em Recife, onde trabalhou só um dia como correspondente. Soube do fim do canal através dos portais de notícia. Sem maiores detalhes, satisfação ou compensação pelo prejuízo que sofreu ao seguir as instruções do empregador", postou Juca Kfouri.

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