Das páginas dos jornais à figura célebre do carnaval, com direito a marchinha em sua homenagem, Newton Ishii passou os últimos anos atendendo pela alcunha de “japonês da Federal”. Newton conduziu e acompanhou
a prisão de nomes que detinham boa parte do poder no país. No ‘Conversa com Bial’ desta quarta-feira, dia 15, Ishii, agora aposentado, lança sua biografia, escrita por Luís Humberto Carrijo, e conta detalhes tanto de sua vida pessoal como da carreira dentro
da Polícia Federal.
Na adolescência, o agente não gostava do apelido, mas, depois de tamanha repercussão, não se sente ofendido quando é chamado pelo nome que ficou famoso. “Graças a Deus, por onde tenho passado, os brasileiros
me recebem com muito carinho e isso me enche de orgulho”, reconhece. Sua fama, hoje, vai além do que se poderia imaginar.
A lista de presos com os quais Ishii lidou passa por Marcelo Odebrecht, Antonio Palocci, José Dirceu, Delúbio Soares, Sérgio Cabral, Renato Duque, Eduardo Cunha, Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa.
A despeito da carreira pública do “japonês da Federal”, sua trajetória pessoal tem nuances que também poderiam estar nas páginas de jornais – e, de fato, uma delas esteve. Acusado por estar envolvido em um sistema de contrabando, ele chegou a ser preso e teve
de usar tornozeleira eletrônica. Distante dos holofotes, ele enfrentou dois momentos de grande tristeza quando o filho mais velho, Eduardo, cometeu suicídio e quando, quatro anos depois, a esposa, Fátima, teve um infarto fulminante. “Na véspera da morte dela,
ela levantou da cama, a peguei chorando na área de serviço. Ela disse que queria ver o Dudu mais uma vez”, lembra.
Exibido após o ‘Jornal da Globo’, ‘Conversa com Bial’ tem direção artística de Monica Almeida e direção de conteúdo de Ingo Ostrovsky.
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