Em sua mais longa fase de reestruturação, ainda sem sinais de chegar ao fim, a Band é cenário de uma das mais interessantes disputas de poder do momento.
Com as quedas dos argentinos Diego Guebel (dezembro de 2017) e Guillermo Pendino (junho de 2018), a Direção Artística e de Programação, posto chefiado pelos hermanos nos últimos anos, virou motivo de cobiça interna.
Com a saída de Pendino, Juca Silveira e Denise Santana, ligadas a ele, ascenderam no organograma, passando a gerenciar a área. Porém, um expoente do canal voltou a apitar no departamento, Marcos Zago.
Zago, com passagens por Tupi, Manchete e RedeTV!, ocupou, no passado, o cargo de diretor executivo de programação da Band. Já Silveira, ex-homem forte do departamento de esportes do Morumbi, respondeu pela direção artística da rede em 2004, com a saída de Marlene Mattos.
De lá para cá, a dupla passou a ter voz nos assuntos ligados ao que vai ao ar, atravessando as gestões de Rogério Gallo, Elisabetta Zenatti, Hélio Vargas, Diego Guebel e Guillermo Pendino.
Porém, surgiu um novo personagem nesse enredo. De fora, Vildomar Batista se movimenta para ocupar a função. Sob as bençãos de Roberto Justus, que levou “O Aprendiz” para a emissora, o ex-todo-poderoso da Record ensaia uma volta ao setor há tempos – no momento, ele dedica-se a projetos no Instituto Neymar Jr.
O cabo de guerra entre Zago, Silveira e Batista é observado pelo vice-presidente da Band, André Aguera, o número 2, que comanda tudo e mais um pouco por lá: a vice-presidência executiva, que deixou de existir no papel com a saída de Marcelo Meira, e os departamentos de engenharia, administração e finanças. Está abaixo apenas do dono e presidente do canal, Johnny Saad.
Futuro Incerto
A Band atravessa hoje a sua pior fase, seja em audiência, com apenas cinco produtos indo bem (“Jogo Aberto”, “Os Donos da Bola”, “Brasil Urgente”, “Jornal da Band” e “MasterChef”), seja em faturamento, com várias atrações aquém do esperado, seja nas perspectivas para o futuro.
Novidades da programação 2018, lançadas em meio a muitos confetes e serpentinas, ainda não deslancharam, a exemplo do “Cozinha do Bork”, “Superpoderosas”, “Melhor da Tarde”, “Programa Amaury Jr”, “Música na Band”, “Agora é Com Datena” (ou seria “Agora é Domingo”?) e “Show do Esporte”.
Somado a isso, registra-se o sucateamento do horário nobre do canal, com novelas turcas capengas e filmes, séries e documentários que não pontuam nem vendem; bem como os poucos sinais de aprovação de novos projetos, como os que envolvem Stepan Nercessian e Luísa Mell, “adiados” para 2019.
RD1
Postar um comentário
Deixe seu comentário