Neymar novamente foi destaque na transmissão da Globo (Foto: Carlos Garcia Rawlins/Reuters) |
Por:Danyllo Junior (Opinião)
Por vários motivos, a mídia tem uma obsessão por Neymar desde seu início de carreira embalado no Santos de Pelé. Por ser a maior emissora do país e uma das maiores do mundo, a Globo se destaca ao tornar o menino Ney “alvo” de suas atenções. Com a Copa da Rússia, a sensação que se tem é que Galvão Bueno, principal narrador esportivo em atuação no país, é a maior prova do foco descabido do canal carioca em Neymar.
Após um empate decepcionante com a Suíça na estreia, que gerou tensões em todos os lados, a Seleção Brasileira conseguiu vencer seu segundo jogo contra a Costa Rica nesta sexta-feira (22) e afastou maiores dúvidas referentes à sua continuidade na competição.
Contra a Suíça, viu-se um Galvão esbravejando palavras que desqualificavam a atuação do jogador, tais como um “Neymar apagado”. Contra a Costa Rica, viu-se novamente um Galvão a frisar sobre a atuação de Neymar, a todo o momento ao longo da transmissão. Inclusive, o narrador chegou até a deduzir que o polêmico pênalti a favor do Brasil havia sido cancelado em virtude dos “exageros” do namorado de Bruna Marquezine. Com a realização do segundo gol da Seleção e com o choro de Neymar ao final da partida vitoriosa, observou-se um Galvão a comentar de forma elogiosa o jogador do PSG.
Sabe-se que as ações de Neymar dentro ou fora de campo geram repercussão em todo o mundo, todavia, no Brasil, o tratamento da Globo no que se refere à atuação de Neymar revela-se de grande importância, visto que possui capacidade de ideologizar pensamentos. Assim, torna-se essencial ressaltar a figura de Galvão Bueno nessa conjuntura e a necessidade de a emissora tomar maiores cuidados.
Obviamente, a emissora e o próprio Galvão possuem o direito de se manifestarem como bem entenderem, todavia, é preciso ter bom senso em suas ações. Neymar pode ser o principal jogador da Seleção Brasileira, mas nada justifica essa atenção intensa no jogador, especialmente quando se sabe que a Seleção, por ser uma equipe, precisa do melhor de todos os seus jogadores e não de um ou dois. Com esse foco descabido, a emissora acaba reforçando a conhecida ‘Neymardependência’.
Por fim, espera-se que a emissora reflita sobre sua responsabilidade, sobremaneira na atuação de Galvão Bueno, no tocante à cobertura do desempenho de Neymar. Muito mais do que possíveis consequências danosas aos próprios jogadores, tal atitude vai ao encontro da tão comentada responsabilidade com a qualidade de sua programação.
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