O cenário atual mostra um duelo improvável entre a Telefônica, dona da marca Vivo, com receita líquida total,
em 2017, de R$ 44,27 bilhões, e a Oi, com R$ 23,79 bilhões. Em TV paga, as duas companhias estão muito
próximas em participação de mercado, com 8,9% (Vivo) e 8,6% (Oi) de um total de 17,8 milhões de acessos.
Apesar de estar em recuperação judicial, a Oi tem adicionado clientes de TV continuamente em sua carteira,
enquanto a Vivo, como a maior parte dos concorrentes, tem perdido quase todo mês. Se for mantido esse ritmo,
em breve a Oi ultrapassará sua rival e ocupará o 3º lugar no ranking do setor.
"Não me preocupa uma empresa ter mais clientes que a outra. O crescimento por satélite é mais imediato, é
fácil de instalar [os equipamentos]. Mas o crescimento com IPTV [internet] demora mais porque tem que
instalar a fibra, mas depois será mais acelerado e rentável", disse Eduardo Navarro, presidente da Telefônica
Brasil.
A Telefônica desacelerou o serviço de TV via satélite (DTH, na sigla em inglês) e agora faz a expansão
majoritariamente por fibra óptica até a casa do cliente (FTTH), por onde trafega a IPTV.
O sinal de satélite não requer infraestrutura terrestre. Então, na transição entre as duas tecnologias há um
período de desaceleração das vendas, disse Navarro. Segundo ele, a fibra vai ser estendida em todo o país.
"Faltam poucos trimestres para o crescimento superar o decréscimo dos negócios legados, inclusive de voz",
disse o executivo, referindo-se às redes de cobre e híbridas (ADSL). Pelos seus cálculos, no fim do ano, a curva
de avanço de IPTV deve superar a de decréscimo em satélite e ADSL.
A Oi adotou uma estratégia de dupla tecnologia. Hoje, 99% do serviço de TV é via satélite, mas a diretoria
decidiu ampliar os investimentos em FTTH. "Para nós, são tecnologias complementares", disse Bernardo Winik,
diretor comercial da Oi. A companhia está expandindo a rede de fibra para ampliar a oferta de banda larga. Os
mercados que demandam mais velocidade que a rede de cobre consegue alcançar terão a infraestrutura
substituída por fibra, e a TV seguirá junto.
Embora tenha um backbone (rede de transmissão) de fibra óptica em todo o país interligando também as torres
de serviços móveis, a Oi não fez o adensamento dos pontos principais para os municípios. Dessa forma, a FTTH
da tele está restrita às cidades do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte (MG).
A rede de cobre abrange 45 milhões de residências ("homes passed"). "É a maior do Brasil e com capilaridade",
disse Winik. "Vamos expandir a fibra sobre a rede de cobre." O plano é fazer a troca nas principais cidades do
Brasil em dez anos, de acordo com o plano de recuperação judicial.
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