A negociação dos direitos internacionais do Brasileiro caminha ainda sem consenso. Na tarde desta quinta-feira, clubes da Série A se reuniram na CBF para dar andamento às conversas. Mas ainda há divergências nas intenções dos dois clubes de maior torcida do país, Flamengo e Corinthians, com os demais.
A dupla não concorda que as placas de publicidade sejam negociadas com o mesmo valor para todos. Querem que este item seja liberado para acerto individual, visando maior arrecadação baseada em maior número de telespectadores.
A ideia de Flamengo e Corinthians é que existam dois produtos à venda. Um valor para as transmissões das partidas, que pode ser dividido igualmente entre os clubes. E um outra negociação, com diferentes valores, para as placas.
Os clubes que discordam acreditam que ao permitirem uma negociação individual para a publicidade, o valor global recebido por eles vá diminuir. E é este o mesmo ponto da dupla de oposição. Eles acreditam que ao aceitarem negociação global, o valor que vão receber diminuirá muito.
A reunião terminou sem um consenso e sem esperanças de que Flamengo e Corinthians voltem atrás neste ponto. Se continuar assim, o grupo maior - que reúne grandes clubes em termos de torcida, também, como São Paulo, Cruzeiro e Palmeiras - pode avançar na negociação, sem a dupla.
Dessa forma, caso concretizem a negociação, Flamengo e Corinthians não teriam seus jogos televisionados para o mercado internacional. E fica a dúvida se as propostas já existentes, continuariam com o mesmo valor com as duas saídas.
O grupo maior, acredita que sim. Avalia que o peso que Flamengo e Corinthians têm no mercado nacional, não se repete fora do país.
Valores
Ao todo, nove propostas chegaram para a comissão que foi montada para a discussão do assunto, formada por: Atlético-PR, Bahia, Cruzeiro, Flamengo e Palmeiras. Dessas, na discussão com todos, ficaram apenas duas empresas, uma brasileira e outra estrangeira.
Os valores de uma delas giram em torno de R$ 40 milhões para o produto "transmissão das partidas" e R$ 60 milhões para as "placas de publicidade". Enquanto a outra empresa ofereceu proposta que supera R$ 100 milhões para os dois produtos.
Pelas propostas, estes valores seriam distribuídos igualmente entre os clubes. E é aí que mora a divergência, como explicado acima.
Como o que se está negociando são as próximas quatro temporadas, ou seja, a partir de janeiro de 2019, espera-se que a situação seja resolvida até julho deste ano.
Pela CBF, as reuniões têm tido a participação do presidente eleito, Rogério Caboclo, do secretário-geral, Walter Feldman, e do diretor de Competições, Manoel Flores. O posicionamento da entidade tem sido mais favorável ao que pensam o grupo maior, em oposição a Flamengo e Corinthians.
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