Série da TV Brasil irá explorar os principais arranjos produtivos da Amazônia



Sob as inúmeras riquezas naturais da Amazônia, esconde-se uma parcela significativa da população brasileira que, mesmo em meio aos avanços tecnológicos, busca dos recursos naturais da maior floresta tropical do mundo, formas de se sustentar e movimentar um braço da economia de maneira sustentável. Conhecer essas histórias e explorar os principais arranjos sustentáveis da região foi o grande desafio do engenheiro agrônomo - e agora apresentador, Ramom Morato, responsável por conduzir o Amazônia Legal, novo programa televisivo da TV Brasil. 
Ramom e uma equipe composta por doze integrantes percorreram mais de 21 mil quilômetros por toda a área contemplada pela Floresta Amazônica em um período de doze meses. Idealizado e dirigido pelo jornalista Welder Alves, o programa é um dos doze projetos contemplados na região Norte por meio de chamada pública lançada pelo Fundo Setorial do Audiovisual, com o objetivo de fomentar a produção audiovisual independente.
Segundo Welder Alves, o projeto nasceu a partir de uma encomenda da Agência Nacional do Cinema (Ancine) realizada em 2016 com o propósito de desenvolver um programa que abordasse os arranjos sustentáveis da Amazônia. A partir dai, o jornalista passou a trabalhar em formas de trazer o tema para a televisão de maneira divertida e dinâmica. 
“Eu concebi a ideia do Amazônia Legal dentro da ideia de que o apresentador iria em busca daquilo que está dando certo para manter a floresta em pé, quais soluções criativas e como a população da floresta está trabalhando esses produtos para que eles possam gerar renda e emprego nas comunidades”, explica o jornalista.
Viagem
Para montar o roteiro de lugares a serem percorridos, a equipe contou com o apoio do Ministério de Desenvolvimento Exterior que mapeou os principais arranjos sustentáveis desenvolvidos na Amazônia. Partindo de Manaus, cidade tida como base de encontro para as viagens, o grupo percorreu o interior dos estados do Acre, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia e Tocantins.
O primeiro destino foi no município de Abaetetuba, no Pará, distante 122 km da capital Belém. Por lá, Ramom Morato foi conhecer a realidade do local que tem no murumuru, fruto comumente utilizado na produção de cosméticos, a sua principal matéria-prima para o fomento de economia. Ao longo das viagens, o grupo pôde ainda conhecer os arranjos do açaí em Igarapé Mirim (PA), do guaraná em Maués (AM), do capim dourado em Jalapão (TO) e até a realidade das quebradeiras de coco nos babuaçais do Maranhão, para Welder, a viagem mais emocionante.
“Foi a viagem que mais mexeu comigo. Elas têm uma história muito forte de luta sob sol e chuva para manter o sustento da família. O coco é uma das, se não a única, fonte de renda delas. Elas conseguiram reunir mais de 400 mil mulheres, associações, eleger uma senadora que já foi quebradeira, tem uma importância social muito grande, até como protagonista da própria história social e sozinhas, conseguiram diversificar os negócios dela”, destaca o idealizador do projeto.
O programa Amazônia Legal será veiculado para outras 192 emissoras públicas de todo o país. A série contará com 13 episódios de 26 minutos cada e será distribuída através da TV Brasil. A previsão de estreia é ainda para o primeiro semestre deste ano.

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