O que a disputa Globo e EI provoca no Brasileirão



A partir de 2019 – e até 2024 –, o Grupo Globo não terá mais a exclusividade dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro em seus três formatos: TV aberta (Globo e suas afiliadas), TV fechada (SporTV) e pay-per-vier (Premiere). O Esporte Interativo, emissora do grupo americano de mídia Turner, entrou na parada e já firmou contrato com 13 clubes (sete de Série A e seis de Série B) para a TV fechada. Mas, e aí, como vai ficar? Bem, nada muda para a TV aberta e para o pay-per-view, já que ambos são oferecidos apenas pela Globo. Os principais jogos da rodada serão escolhidos para o horário nobre da TV aberta (aqueles de domingo às 16h e de quarta às 21h45), e todas as partidas pagas vão passar no Premiere.
Para esses dois formatos também se estendem as mesmas prerrogativas para os três dos sete clubes que até aqui, mesmo tendo fechado com o Esporte Interativo para a TV fechada, também assinaram com pay-per-view e a TV aberta da Globo. São eles Santos, Paraná e Ceará.

Imbróglio

A discussão toda vai ficar na TV fechada e na disputa entre SporTV e Esporte Interativo. Pela legislação, a emissora só poderá exibir uma partida se tiver contrato com os dois times. Se os sete clubes que assinaram com o EI se mantiverem na Série A em 2019, o canal vai acabar tendo poucos jogos para transmitir no fim das contas. Essa quantidade melhora se quatro dos seis times com os quais o Esporte Interativo tem contrato conseguirem o acesso para o ano que vem. 

Diferenciação

A negociação para a venda dos direitos de transmissão se tornou complexa, e o Grupo Globo criou pacotes diferentes para quem fechou as três plataformas ou comercializou apenas a TV aberta e o pay-per-view. No contrato de TV aberta, por exemplo, os valores podem ser 20% menores, e no pay-per-view, 5,27% menores, segundo divulgou a Folha de S.Paulo. A Globo confirmou essa dedução e que esses valores não se aplicariam se fosse no pacote fechado. 

Papo I

Em novembro do ano passado, estive com o diretor nacional de direitos esportivos da Turner, Bernardo Ramalho, durante o 8º Congressos Latino-Americano de Sports Business, em São Paulo. Na ocasião, o perguntei por que o Esporte Interativo resolveu entrar na disputa. “É mais uma opção para os clubes no mercado. Isso é importante para eles e para os torcedores, que poderão acompanhar os jogos por outras emissoras”, me respondeu.

Matemática

Consideremos apenas os sete times de Série A com os quais o EI tem contrato hoje: Santos, Palmeiras, Internacional, Paraná, Atlético-PR, Bahia e Ceará. Nesse caso, dos 390 jogos da competição, 182 (48%) não poderão ser exibidos por nenhum dos canais. Dos 198 restantes, o SporTV terá direito a mostrar 156 (41%), e o Esporte Interativo, só 42 (11%). Como são 38 rodadas, vai ser preciso muita conta para garantir o mínimo de um jogo por rodada para o EI.

Cifras

O EI fechou acordo com 17 clubes (Série A, B e C) que estiverem na Primeira Divisão em 2019 por R$ 520 milhões, para serem divididos entre eles. Palmeiras, Inter e Santos já levaram R$ 40 milhões de luvas. A Globo ofereceu, a partir de 2019, R$ 600 milhões para os 20 clubes da Série A em TV aberta. Em TV fechada, a Globo oferece R$ 500 milhões para serem repartidos entre as equipes. O pay-per-view é de acordo com o número de torcedores que assinam os pacotes.

Papo II

Ainda na conversa, questionei sobre o que o Esporte Interativo tinha a oferecer de diferente além do dinheiro. “Outras coisas que eram demandas antigas dos clubes: dar mais visibilidade aos patrocinadores deles, chamar os nomes dos estádios e centros de treinamentos pelos nomes que eles são, e não por um apelido, garantir para os clubes um conteúdo em delay para eles mostrarem depois em plataformas próprias”, listou. 

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