Rafael Poço e Beatriz Pedreira .foto:divulgação(Globo News) |
"Políticos não são os outros, político é você!". A fala de um dos personagens de "Política: modo de usar" é uma das chaves da série semanal que estreia na Globonews na terça-feira, dia 7, às 21h30.
Os quatro episódios mostram novas formas de lidar com a política. São iniciativas experimentadas em países da América Latina, incluindo o Brasil, que tratam de temas como despolarização da sociedade, transparência, partidos digitais e fiscalização das ações de parlamentares e governantes. Tudo que instiga a maior participação dos cidadãos.
"Com essa série, a GloboNews lança um olhar para novas práticas políticas que estão acontecendo em países muito próximos, com culturas e problemas sociais semelhantes aos nossos. A começar pelo nome, "Política: Modo de Usar", mostra que o cidadão deve acompanhar os processos de forma propositiva", explica Cristina Aragão, da GloboNews, que assina da supervisão do programa.
A série tem coprodução da Maria Farinha Filmes e parte do trabalho do Instituto Update, organização brasileira que estuda e fomenta práticas políticas emergentes na América Latina. Em 2015, a organização mapeou 700 iniciativas em 20 países. No ano passado, dois dos cofundadores, Rafael Poço e Beatriz Pedreira, que apresentam a série, viajaram para 11 países (México, Guatemala, Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Brasil) para conhecer alguns projetos. "Ações que criam uma politica mais democrática, diversa, transparente e participativa estão crescendo. Com a série, buscamos mostrar que podem ser potencializadas e espelhadas no Brasil", pontua Rafael.
Rafael e Beatriz apresentam pessoas, coletivos e organizações que desenvolvem projetos e iniciativas para aproximar o cidadão da política, seja por meio da tecnologia, das redes sociais ou de outras formas de atuação. O primeiro episódio mostra o despertar de jovens comuns para a necessidade de estar inserido nesse campo, seja se candidatando a algum cargo ou influenciando a sociedade para o debate . No Chile, por exemplo, é possível ser candidato independente. Assim, Giorgio Jackson, um líder estudantil, foi eleito deputado federal em 2013 e tornou-se representante da nova geração de políticos. Ele utiliza as redes sociais para falar sobre as sessões, prestar de contas e justificar como vota no Congresso. Também criou o DemocracyOs, uma ferramenta onde os políticos podem inserir projetos de lei, que ficam disponíveis para sugestões e críticas.
Já a população do Paraguai está no meio de um processo pelo fortalecimento da democracia, e acredita em um futuro diferente e melhor. Federico Filártiga é jornalista e responsável pelo Latitude25, uma mídia independente. Entre inúmeras ações, faz coberturas ao vivo sobre as votações e manifestações. Em um programa no qual entrevista políticos e autoridades, lançou uma ideia inovadora: a conversa é feita em uma espécie de boteco, enquanto come lomitos, um tipo de sanduiche paraguaio bem popular. O objetivo é mostrar que os entrevistados podem se comportar como qualquer cidadão.
"Estados Unidos e Europa vivem desafios sociais e políticos diferentes dos nossos, por isso faz mais sentido olhar para a América Latina. Fica difícil dizer que tal solução não funcionaria aqui se teve sucesso na Colômbia, no México ou Paraguai", diz Beatriz Pedreira. "Enquanto o sistema político atual parece estar desmoronando, um outro mundo de possibilidades surge. São ações que aprofundam a democracia e aumentam a confiança das pessoas. Quando descobrimos que 700 iniciativas estão caminhando para algo positivo e fortalecedor, reativamos a esperança em acreditar na política como ferramenta de transformação", afirma Rafael Poço.
O último episódio da série é focado no Brasil e apresenta cinco iniciativas. Um exemplo é o "Serenata de Amor", tecnologia de inteligência artificial que aponta fraudes na prestação de contas das verbas parlamentares. "A série mostra que, quanto mais próximo dos políticos, mais é possível exercer a cidadania, cobrando e acompanhando. Todos os cidadãos podem atuar, exigindo, por exemplo, transparência. Vamos mostrar que os brasileiros estão se organizando em grupos, em movimentos, independentemente de ideologias. O importante é que essas práticas sejam instrumento para uma democracia mais forte e um país melhor", finaliza Cristina Aragão.
BLUP
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