DATA DA POSTAGEM: 31/08/2017
Em entrevista nesta quinta-feira (31) ao “Timeline Gaúcha”, programa da Rádio Gaúcha, a principal voz do esporte da Rede Globo, Galvão Bueno, contou sobre como foi a cobertura da tragédia com o avião da Chapecoense no ano passado, desde o momento que recebeu as primeiras informações até o encerramento especial no Jornal Nacional. E ainda revelou que foi convidado, aceitou e será a voz de um filme sobre o clube, desde sua origem, passando pela tragédia, até a reconstrução.
“Faria parte da minha obrigação estar ali (na cobertura da Globo), naquela momento, uma tragédia daquela grandeza com um time de futebol. Estava jantando, jantares na madrugada porque o programa (Bem, Amigos!) termina meia-noite, meia-noite e meia. Terminando o jantar, 3h30 da manhã. O Muricy (Ramalho) e o Caio (Ribeiro) falaram: ‘Bom, nós estamos indo embora’. Eu falei: ‘Vou ficar mais um pouquinho’. Fiquei com o Paulo César (Vasconcellos) e o Marco Antônio Rodrigues (outros debatedores da atração do SporTV) e entre pagar a conta para ir embora o telefone tocou. O Caio disse: ‘Olha, Galvão, parece que houve um problema com o avião da Chapecoense, até esse momento não se sabe ao certo se caiu, se fez um pouso de emergência’. Falei: ‘Meu Deus do céu, o que é isso?’. E aí caímos no velho jornalismo, vamos apurar. ‘Desce mais uma garrafa de vinho, por favor’, e vamos apurar”, iniciou o relato, sobre aquela madrugada difícil.
E continuou: “Começamos a usar todas as ferramentas possíveis e imagináveis. Falei: ‘Gente, não vamos nos precipitar, enquanto não tiver um indício verdadeiro’. Torcendo para que não existisse. E aí saiu a primeira foto no El Clarín, (jornal) da Argentina. Nesse momento, foi ligar e começar a acordar todo mundo que pudesse participar daquilo. Disse: ‘Eu, daqui, estou indo, tomando um banho e trocando a roupa, vamos para a televisão e já estou no (telejornal) Bom Dia’. E do Bom Dia, isso em São Paulo, fui fazer o encerramento no Jornal Nacional, no Rio de Janeiro, aquele em que todos terminamos aplaudindo”.
“Não sei, eu estava há 40 horas acordado e quando fui para o hotel, não conseguia dormir. Aquilo entrou na minha vida realmente, participei de forma intensa. No dia da chegada (dos corpos ao Brasil) foram sete horas e meia de transmissão”, recordou o narrador.
E então Galvão contou a novidade: “Eu recebi um prêmio agora, pra mim, um dos maiores prêmios da minha vida, que agradeço, inclusive, à Globo, por ter me liberado: a Chapecoense está produzindo um filme sobre a história da Chape, as origens da Chape, até o momento da tragédia e reconstrução e me pediram que fosse a voz desse filme, e vou ser, com muito prazer. É aquele prêmio que você gostaria de não ter recebido, né?”, declarou.
“Foi um momento realmente desse lado humano muito diferente de quem está acostumado a gritar gol, a levar alegria, a levar tristeza dentro da área esportiva, mas foi uma coisa que veio muito mais da alma do que da mente”, definiu, sobre o trabalho na cobertura da tragédia da Chapecoense.
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