Data da postagem:04/07/2017
Decisão dos clubes tem a ver com emissoras; entenda (Reprodução) |
Sport e Náutico saíram da Liga do Nordeste. Principal porta-voz da debandada pernambucana, o presidente do Leão da Ilha, Arnaldo Barros, afirmou que o clube está fora do Nordestão 2018.
De acordo com o UOL Esporte, por Eduardo Ohata e Roberto Oliveira, a primeira razão para a saída dos clubes da Liga reside nas finanças - e tem como pano de fundo uma disputa entre a Globo e o Esporte Interativo. Detentora dos direitos de transmissão da "Lampions League" até 2022, a emissora do grupo Turner foi um dos alvos da ruptura.
O dirigente do Sport deixou nítida sua insatisfação com o atual modelo de cotas. "A competição é deficitária para os clubes. Praticamente, pagamos para jogar. Não todos, mas os grandes pagam para jogar", afirmou Barros.
Neste ano, foi de R$ 600 mil a cota de participação na fase de grupos da Copa do Nordeste, organizada em parceria do Esporte Interativo, principal mantenedor do torneio, com a Liga do Nordeste.
"Acreditamos que a cota inicial [R$ 600 mil] é muito baixa. Sabemos que a competição é rentável, mas o repasse feito aos clubes não é compatível com o que nós representamos. Para o Náutico, esse foi o principal peso", declarou Emerson Barbosa, diretor de futebol do Náutico, que não se classificou ao Nordestão 2018.
A cada fase superada, o montante aumenta. Neste ano, foram cerca de R$ 18 milhões em cotas no total. Vice-campeão, o Sport terminou a competição com pouco mais de R$ 2 milhões, valor inferior apenas ao campeão Bahia. Em 2018, o valor das cotas tende a aumentar.
Outro fator decisivo no racha de Sport e Náutico com a liga regional é o formato da Copa do Nordeste. Os clubes avaliam que após o crescimento da competição - no ano que vem serão 16 clubes na fase de grupos, mas com pré-Nordestão -, o calendário do primeiro semestre ficou apertado.
O Sport, por exemplo, já disputou 47 jogos entre cinco competições em 2017 - seis partidas a mais que o segundo que mais entrou em campo entre os clubes da Série A do Brasileirão.
"Tivemos vários jogos, aqui em Pernambuco, com mil, 800 pagantes, o que nunca havia acontecido. Jogando quarta e domingo toda semana. Até podemos jogar quarta e domingo, mas tem de ser exceção. Esse não é o único, mas é um dos motivos para termos jogos com públicos tão baixo. Porque o excesso de jogos, muitos pouco atrativos, acaba fazendo o torcedor ter de escolher: ou vai para um jogo ou vai para outro", avaliou.
A ideia do mandatário do Sport, então, seria a criação de um novo modelo de torneio, com duas divisões e menos jogos - e partidas "mais atrativas". Aí poderia se firmar acordo com um novo parceiro comercial como a Globo, que perdeu para o Esporte Interativo os direitos de transmissão da Copa do Nordeste, mas admite o interesse no futebol da região.
A emissora carioca disse ter "apreço e interesse por competições com times do Nordeste, mas que ainda não recebeu proposta de uma eventual nova competição". Já o Esporte Interativo afirmou que não há uma posição oficial sobre a debandada pernambucana.
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