Data da postagem:05/06/2017
Detalhe do plano comercial da CBF para a venda de patrocínios dos amistosos da seleção (Reprodução) |
A decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de romper com a Globo e lançar um novo modelo de transmissão dos jogos da seleção brasileira será um tiro no pé. A opinião é de Fabio Wajngarten, um dos principais observadores do mercado de mídia do país, criador do Controle da Concorrência, e foi publicada em matéria do Notícias da TV, assinada por Daniel Castro.
"O prejuízo para os patrocinadores da seleção é incalculável. É como comparar banana com feijoada", diz.
A CBF fará ela mesma a transmissão dos dois próximos amistosos do time do técnico Tite, contra a Argentina e a Austrália, nos próximos dias 9 e 13. Irá captar as imagens, fazer a locução (com Nivaldo Pietro), os comentários (com Pelé), e comprar espaço em emissoras abertas. Está vendendo de duas a quatro cotas de patrocínio por R$ 2,3 milhões cada, valor ancorado principalmente na exibição ao vivo pelo Facebook.
As duas partidas serão transmitidas pelas TVs Cultura e Brasil e pelo Facebook. A Cultura registra no máximo 1,5 ponto de média diária no Ibope da Grande SP. Na TV Brasil, do governo federal, os programas mais vistos não passam de 0,4 ponto. Já a Globo oscila entre 15 e 18 pontos de média das 7h à meia-noite. O último amistoso da seleção, contra a Colômbia, rendeu 25 em janeiro. No horário dos próximos amistosos, a partir das 7h, a Globo costuma ter 10 pontos.
Wajngarten não acredita que o Facebook compense a exposição que as duas TVs não têm. São poucos os brasileiros que possuem televisores conectados com aplicativos da rede social e que poderão ver os jogos na tela grande. A maioria, prevê, tentará assistir por telefones celulares.
"Qual brasileiro tem um pacote de dados suficiente para ver um jogo inteiro no mobile?", questiona. "E a banda larga é sofrível fora dos grandes centros urbanos", lembra.
O resultado será catastrófico para os patrocinadores da seleção (Guaraná Antarctica, Nike, Vivo, Itaú, Mastercard, Gol, Ultrafarma, EF, Cimed e Universidade Brasil). Sem o apoio das grandes redes abertas, principalmente da Globo, a exposição dessas marcas será infinitamente menor.
"Os anunciantes estão na CBF por causa da exposição da seleção. O marketing é movido pela expoisição de marcas, e não há mídia mais vencedora do que a TV aberta para a construção de marcas", ensina o publicitário.
"O futebol sem a TV aberta não é futebol. A seleção é um ativo, uma propriedade do povo brasileiro. É ruim o que [os dirigentes] da CBF estão fazendo. É ruim para a população, é péssimo para o futebol, é péssimo para a seleção, é péssimo para os patrocinadores", discursa Wajngarten, que em 17 anos de Controle da Concorrência, uma ferramenta de controle da exposição de marcas na TV, nunca teve negócios com a Globo.
Antes de partir para o novo modelo de transmissão de jogos de futebol, a CBF tentou vender os direitos para a Globo, por obrigação contratual. Mas pediu, na última hora, um valor considerado absurdo, US$ 2,5 milhões (R$ 8,1 milhões).
Com a parceria com o Facebook, dificilmente chegará perto desse valor. Se a rede social vender as quatro cotas, arrecadará R$ 9,2 milhões brutos, sobre os quais incidem impostos e comissão de agências (20%). A CBF ficará com parte disso.
As informações que vêm do mercado, no entanto, não são animadoras. O Facebook está enfrentando dificuldades para negociar as cotas de patrocínio. Além do pouco tempo e da desconfiança quanto à cobertura/audiência da transmissão, tem-se questionado seu caráter chapa-branca, com todo o conteúdo sob controle da CBF. Os patrocinadores da seleção já manifestam preocupação em conversas reservadas.
"Tenho certeza de que este modelo da CBF não vai dar certo", sentencia Fabio Wajngarten.
A CBF fará ela mesma a transmissão dos dois próximos amistosos do time do técnico Tite, contra a Argentina e a Austrália, nos próximos dias 9 e 13. Irá captar as imagens, fazer a locução (com Nivaldo Pietro), os comentários (com Pelé), e comprar espaço em emissoras abertas. Está vendendo de duas a quatro cotas de patrocínio por R$ 2,3 milhões cada, valor ancorado principalmente na exibição ao vivo pelo Facebook.
As duas partidas serão transmitidas pelas TVs Cultura e Brasil e pelo Facebook. A Cultura registra no máximo 1,5 ponto de média diária no Ibope da Grande SP. Na TV Brasil, do governo federal, os programas mais vistos não passam de 0,4 ponto. Já a Globo oscila entre 15 e 18 pontos de média das 7h à meia-noite. O último amistoso da seleção, contra a Colômbia, rendeu 25 em janeiro. No horário dos próximos amistosos, a partir das 7h, a Globo costuma ter 10 pontos.
Wajngarten não acredita que o Facebook compense a exposição que as duas TVs não têm. São poucos os brasileiros que possuem televisores conectados com aplicativos da rede social e que poderão ver os jogos na tela grande. A maioria, prevê, tentará assistir por telefones celulares.
"Qual brasileiro tem um pacote de dados suficiente para ver um jogo inteiro no mobile?", questiona. "E a banda larga é sofrível fora dos grandes centros urbanos", lembra.
O resultado será catastrófico para os patrocinadores da seleção (Guaraná Antarctica, Nike, Vivo, Itaú, Mastercard, Gol, Ultrafarma, EF, Cimed e Universidade Brasil). Sem o apoio das grandes redes abertas, principalmente da Globo, a exposição dessas marcas será infinitamente menor.
"Os anunciantes estão na CBF por causa da exposição da seleção. O marketing é movido pela expoisição de marcas, e não há mídia mais vencedora do que a TV aberta para a construção de marcas", ensina o publicitário.
"O futebol sem a TV aberta não é futebol. A seleção é um ativo, uma propriedade do povo brasileiro. É ruim o que [os dirigentes] da CBF estão fazendo. É ruim para a população, é péssimo para o futebol, é péssimo para a seleção, é péssimo para os patrocinadores", discursa Wajngarten, que em 17 anos de Controle da Concorrência, uma ferramenta de controle da exposição de marcas na TV, nunca teve negócios com a Globo.
Antes de partir para o novo modelo de transmissão de jogos de futebol, a CBF tentou vender os direitos para a Globo, por obrigação contratual. Mas pediu, na última hora, um valor considerado absurdo, US$ 2,5 milhões (R$ 8,1 milhões).
Com a parceria com o Facebook, dificilmente chegará perto desse valor. Se a rede social vender as quatro cotas, arrecadará R$ 9,2 milhões brutos, sobre os quais incidem impostos e comissão de agências (20%). A CBF ficará com parte disso.
As informações que vêm do mercado, no entanto, não são animadoras. O Facebook está enfrentando dificuldades para negociar as cotas de patrocínio. Além do pouco tempo e da desconfiança quanto à cobertura/audiência da transmissão, tem-se questionado seu caráter chapa-branca, com todo o conteúdo sob controle da CBF. Os patrocinadores da seleção já manifestam preocupação em conversas reservadas.
"Tenho certeza de que este modelo da CBF não vai dar certo", sentencia Fabio Wajngarten.
Fonte:http://www.esporteemidia.com/2017/06/analista-diz-que-patrocinadores-da-cbf.html
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