Data da postagem:31/05/2017
Emissora ficou sem os amistosos da seleção no mês de junho (Reprodução) |
A falta de contrato entre a Globo e a CBF para amistosos da seleção de 2017 não é a única ameaça ao poderio da emissora no futebol. De acordo com o UOL Esporte, por Rodrigo Mattos, há iniciativas entre clubes e dentro da CBF que podem levar a ocupação de outras áreas em que atualmente atua a emissora carioca. Isso envolve direitos da Copa América e do Brasileiro.
A confederação e a Globo não se acertaram no valor para compra de dois amistosos da seleção de junho, assim como ocorreu em janeiro com o jogo diante da Chapecoense. Assim, a CBF vai comercializar as partidas no Facebook e na TV Brasil. A emissora global mantém bom diálogo na confederação e investirá forte para recuperar esses direitos em 2018.
Um grupo com participação de ex-executivos da Globo, Marcelo Campos Pinto e João Pedro Paes Leme, tem atuado na comercialização do negócio em ajuda da CBF. Eles montaram uma empresa após saírem da emissora, no caso de Campo Pinto após o escândalo do ''Fifa Gate'' estourar nos EUA ele não teve o contrato renovado.
Mas não se limitam a isso. A empresa tem um projeto de viabilizar a produção própria de imagens para a Copa América-2019. Seria um modelo similar ao da Fifa com a HBS, que produz todas as transmissões e apenas repassa para as televisões que compram os direitos. Atualmente, a Globo costuma ter suas próprias câmeras em competições nacionais e, às vezes, atua na captação em campeonatos internacionais sediados no país.
Na segunda-feira passada, Campos Pinto participou de apresentação de ideias sobre internacionalização do Brasileiro aos clubes da Série A. Ele tem conversado com os dirigentes de times sobre comercializações de direitos do campeonato. Também esteve presente um executivo de agência da Conmebol que atuou em comercialização de direitos da Uefa.
A princípio, o foco é em direitos que não estão sob o poder da Globo e Esporte Interativo. A partir de 2019, os direitos internacionais e as placas do Brasileiro estarão fora do acordo com as emissoras. Qualquer agência que queira atuar nesta área teria de convencer os clubes a se unir na negociação.
Além disso, há clubes que não fecharam com a Globo para a TV Aberta. Essa é outra possível área de atuação. A emissora e o Esporte Interativo garantiram os direitos do Brasileiro de 2019 até 2024.
Campos Pinto tem relacionamento próximo com o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, assim como com alguns clubes com quem negociou durante anos. Em abril, Teixeira já tinha sido cicerone do milionário indiano Lalit Modi, que tem interesse nos direitos internacionais do Brasileiro. O milionário esteve na CBF e foi recebido pelo presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
A saída de Campos Pinto da Globo não foi tão amigável quanto divulgado pelos dois lados. O ex-executivo da emissora negou estar atuando em qualquer operação de venda de direitos. Do lado da Globo, há um respeito ao direito do ex-funcionário de atuar no mercado como já ocorreu com antecessores. Mas, ao mesmo tempo, a empresa está cautelosa em relação aos direitos de televisão que são estratégicos para ela, como os jogos da seleção a partir de 2018 e nacos do Brasileiro.
A emissora sempre atuou sozinha no mercado, agindo inclusive como agente revendedora dos direitos nos casos da placa. Primeiro, houve a entrada do Esporte Interativo quebrando seu monopólio no Brasileiro. Depois, clubes paranaenses, Atlético/PR e Coritiba, recusaram oferta global e usaram outras plataformas para transmitir jogos. E, agora, uma agência começa a se interessar por pedaços do mercado.
Fonte:http://www.esporteemidia.com/2017/05/dominio-da-globo-no-futebol-brasileiro.html
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