Data da postagem:06/02/2017
Começando seu décimo quarto ano no ar, o "Pânico" promete mais uma renovação em 2017. Mas não é qualquer renovação. Mudou muita coisa - elenco, diretor, grafismo e vinhetas. Mas o que precisa reformular é o seu conteúdo.
O grande desafio do programa é se manter relevante para o público, mas ao mesmo tempo trazer aquele cara que acha o humorístico ultrapassado, datado, batido. Na estreia deste domingo (5), algo bom já deu pra notar: o espírito guri de fundo de sala ainda está lá.
Um exemplo disso foi a piada com o show da Lady Gaga no Super Bowl 51. Dizendo que "iria transmitir o show com exclusividade", Emílio mostrou na verdade a boa e velha Gaga de Ilhéus vestida como a cantora. Piada meio previsível, é verdade, mas que muita gente caiu.
Outro dois bons momentos foram as sátiras, outro forte do "Pânico". A primeira foi sobre a prisão do empresário Eike Batista, com sacadas engaçadas e caracterização perfeita.
A outra foi a sátira ao "Tá no Ar", chamada de "Tá no Lar". Sobrou pra Dudu Camargo e até mesmo para Edu Sterblich, ex-integrante da trupe - e que faz uma falta tremenda.
Por fim, as piadas com as saídas que no ar ainda não se consumaram, como a de Fernanda Lacerda, a Mendigata, foram ótimas também e exacerbaram aquela sentimento geral: que o "Pânico" pode render mais.
Mesmo assim, o programa teve erros. O primeiro deles foi exibir uma matéria tão grande com Rodrigo Scarpa, o Vesgo, sobre a posse de Donald Trump, além de fazer suspense sobre algo muito visto - a trollada com Carolina Cimenti, da Globo News. Poderia ser bom recheio, mas nunca ser exibida com tanto alarde e como prato principal.
O segundo momento ruim foi o "Banheiro do Pânico", onde Alfinete, Bola e Daniel Zukerman zoavam homens num banheiro público. Me lembrou muito a proposta do finado "José Toalha", da saudosa temporada de 2009.
Para reconquistar o público e voltar a ser o assunto das segundas-feiras entre os jovens - o próprio GC do programa sugeriu isso em dado momento -, o "Pânico" precisa deixar a acomodação, a previsibilidade e ousar, renovar. Teve bons indícios neste primeiro programa, mas a irregularidade e o roteiro abaixo da crítica ainda são problemas.
Parece que está acontecendo uma transição em pleno ar, como aconteceu em 2007/2008, quando houve uma troca de diretores também à ocasião. De qualquer forma, as qualidades ainda estão lá. Vale dar uma olhada no segundo programa no próximo domingo (12).
Parece que está acontecendo uma transição em pleno ar, como aconteceu em 2007/2008, quando houve uma troca de diretores também à ocasião. De qualquer forma, as qualidades ainda estão lá. Vale dar uma olhada no segundo programa no próximo domingo (12).
Fonte:Na Telinha por Gabriel Vaquer
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