Data da postagem:12/01/2017
Clube estreia no Campeonato Carioca no dia 28 de janeiro contra o Boavista (Reprodução) |
A resistência do Flamengo quanto à assinatura do contrato das cotas de TV para o Campeonato Carioca tende a continuar. Pelo menos foi o que declarou Eduardo Bandeira de Mello, presidente do clube, em entrevista nesta quarta-feira (11). No entanto, o mandatário admitiu negociar diretamente com a Globo, sem passar pela Federação do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). As informações são do FutRio, por Marcos Coelho.
Bandeira de Mello mencionou algumas ações que poderiam ser evitadas, ou feitas de formas distintas pela Ferj, para que os clubes de menor investimento sofressem um impacto menor. O presidente do Flamengo também revelou que a ausência da assinatura diminuiu em R$ 30 milhões o valor anual das cotas de TV, caindo para R$ 90 milhões. As reclamações feitas pelos dirigentes das equipes menores também foram minimizadas.
"O que aconteceu foi que a televisão fez uma proposta global de R$ 120 milhões por ano pelo Campeonato Carioca. Como o Flamengo não assinou, ela diminui para R$ 90 milhões. Se essa redução tivesse sido feita proporcionalmente a todos os clubes o impacto não teria sido tão grande. Simplesmente, o que aconteceu foi que os outros clubes grandes (Botafogo, Fluminense e Vasco) não tiveram redução na cota, os médios e a Federação também não, e quem paga a conta são os pequenos. Essa conta não deve ser cobrada do Flamengo, e sim dos outros clubes e da Federação que não fez uma redução proporcional", declarou o presidente do Flamengo.
A questão da proporcionalidade já tinha sido comentada por Mauro Farias, vice de futebol do Campos. O posicionamento do dirigente aponta a falta de proporção na questão que envolve a diminuição das contas para os clubes.
"Não sou capaz de falar de orçamento da Federação ou do Flamengo, cuido apenas do meu. Mas a proporcionalidade de redução da cota com a não assinatura do Flamengo não foi a mesma que houve na redução da nossa. Acredito que outras despesas, que eu não tenho conhecimento, tenham impactado para os meses de janeiro e fevereiro", analisou o dirigente do Campos.
Se o Flamengo, sem a assinatura via Ferj, deixa de ganhar R$ 15 milhões - apesar de ser responsável por R$ 30 milhões da cota total, segundo o presidente do clube -, as equipes que não garantirem vaga na Taça Guanabara terão mais da metade de suas quantia reduzidas. O valor, que seria de R$ 800 mil, vai cair para R$ 360 mil. America e Friburguense, que estavam na elite em 2016 e, em um primeiro momento, teriam direito de receber R$ 300 mil, não terão ganhos com as cotas. O subsídio das séries B1 e B2 (antigas B e C, respectivamente) também será inviabilizado.
Segundo Bandeira, uma conversa envolvendo Flamengo e Federação, com o intuito de tratar das cotas de TV, está descartada. A postura de não assinar o contrato que passa pela Federação antes de chegar ao clube é considerada irredutível. Todavia, a alternativa encontrada foi uma negociação diretamente com a Globo, o que pode ter um desfecho positivo para o Rubro-Negro, na parte referente ao recebimento das cotas.
"Não existe perspectiva de reunião (com a Ferj). O Flamengo usou seu direito de recusar o contrato, que os outros clubes assinaram através da Ferj. O Flamengo e está negociando diretamente com a televisão, e se vier a assinar alguma coisa, será em contrato diretamente com a televisão. Aí vamos discutir valores, condições. Com relação às demandas que temos com a Ferj, de transparência, de acesso aos recursos de comercialização das placas, estamos buscando na Justiça, pois é o direito de qualquer cidadão ou instituição que busque defender seus direitos", concluiu o presidente do Flamengo.
Durante a entrevista coletiva, questionado sobre o posicionamento dos patrocinadores em relação aos jogos não transmitidos na TV, Eduardo Bandeira de Mello alegou não ser o melhor cenário. Porém, manteve a postura de não dar o braço a torcer e, por fim, manifestou o desejo de um bom desfecho para todos os lados envolvidos.
"Não é o ideal (jogar sem TV). É claro que o Flamengo espera que todas essas negociações sejam concluídas da melhor maneira possível. Mas é nossa obrigação defender os interesses do Flamengo, dos seus sócios e seus torcedores. Se não houver acordo, vocês vão ter que fazer como eu fazia antigamente, e ouvir pelo radinho de pilha ou ir ao Maracanã. Vamos torcer para que a gente consiga chegar num acordo em condições que sejam boas para os dois lados", completou.
Fonte:http://www.esporteemidia.com/2017/01/flamengo-admite-negociacao-direta-com.html
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