(*) Por George Slefo, do Advertising Age
Consumidores podem descrever a nova atualização das TVs conectadas da Samsung como tudo, menos inteligente.
A empresa sul-coreana apresentou uma atualização grande no começo desse mês que força seus clientes a verem anúncios no menu de aplicativos disponíveis nas smart TVs da empresa.
A única maneira de evitar esses anúncios é desconectar o aparelho da TV, o que significaria que eles não poderiam acessar o menu para assistir provedores como Netflix, Hulu e Amazon.
Os anúncios não obstruem muita parte do menu quando aparecem pelas primeiras vezes, mas consomem muito espaço quando são selecionados, sendo possível ocupar até três quartos da tela, dependendo da campanha.
Na rede social Reddtir, os entusiastas da área não estão felizes com as novidades da Samsung. “Serviço gratuito com anúncio ou serviço pago sem anúncio, escolha um, Samsung”, escreveu um usuário. “Anúncio é um dos grandes motivos para eu não ter mais TV a cabo, a experiência não valia a pena financeiramente com mais da metade da programação preenchida com campanhas”.
Stephen Baker, vice-presidente e analista da indústria de tecnologia na NPD, expressou preocupação com os efeitos a longo prazo da ação da Samsung. “Eu ficaria surpreso se isso tiver um grande impacto na Samsung, mas certamente não no curto prazo. Mas existe um efeito cascata disso a longo prazo, eu me preocupo sobre qual seria o impacto nas vendas”.
Novos anúncios não estão na lista de preferências de muitos consumidores. “Isso será um tiro no pé já que os clientes não querem ver mais anúncios”, afirma Baker.
Os usuários vão pelo menos ter a opção de escolher sobre quais temas gostariam de ver nos anúncios, ao invés de receber coisas que considerariam irrelevantes, de acordo com a empresa.
“Nós estamos sempre procurando maneiras de melhorar a experiência do usuário enquanto assiste TV”, disse um porta-voz da empresa ao AdAge. “Os usuários podem escolher essa opção de anúncios nas configurações a qualquer momento e continuar utilizando as ferramentas nas suas TVs.”
Esse movimento da Samsung foi primeiramente noticiado pelo Wall Street Journal em maio, mas a atualização foi disponibilizada silenciosamente no começo de dezembro.
A Samsung é a vendedora dominante de TVs no mercado. Nos último período de três meses terminado em novembro, a Samsung possuía 31% de marketshare, crescendo de 28% quando comparado com a mesma época do ano passado, de acordo com a NPD. A sua maior concorrente e segunda colocada, a Vizio, possui 15% do mercado.
A empresa de tecnologia está em busca de vitórias, não reclamações, após o desastre de vendas dos celulares Note 7, que explodiam. No mês passado, a empresa divulgou um pedido de desculpas nos grandes jornais americanos que era assinado por Gregory Lee, presidente da Samsung da América do Norte.
“Na Samsung nós inovamos para apresentar tecnologias que possam enriquecer a vida das pessoas”, Lee escreveu na nota aos consumidores. “Um ponto importante da nossa missão é apresentar o melhor em qualidade e segurança. Recentemente nós quebramos essa promessa. Por isso nós pedimos desculpas”.
Tradução: Mariana Stocco
Fonte:Meio & Mensagem
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