O cenário é muito preocupante para as emissoras, pelo menos no longo prazo. O jovem brasileiro, no momento, está assistindo pouco ou nada de televisão aberta.
Segundo dados obtidos com exclusividade pelo NaTelinha, em agosto, na média das 24 horas do Painel Nacional de Televisão, o perfil de audiência teve suas menores demográficas em jovens de 12 a 17 anos e 18 a 24 anos.
Das três principais redes do Brasil - Globo, Record e SBT -, apenas o canal de Silvio Santos teve demográfica nos dois dígitos no target jovem. Pessoas entre 12 e 17 anos são 11% dos telespectadores do canal. Já entre 18 e 24 anos, 10%. No total dos dois públicos, 21%.
Já Globo e Record mínguam neste perfil. A emissora carioca, que tem a novelinha "Malhação" como forma de atrair o telespectador jovem há 21 anos, teve apenas 6% do target entre 12 e 17 anos como parte de sua audiência. Já entre 18 e 24 anos, a Globo conseguiu 8% no mês. No total, apenas 14%.
Por fim, a rede de Edir Macedo é a que menos tem público nesta faixa etária. Entre 12 e 17 anos, obteve apenas 6% de sua audiência. Entre 18 e 24 anos, 7%. Somando os dois, ela tem 13% de seu Ibope galgado nos jovens.
Notoriamente, o público de TV aberta é "velho". O grosso da audiência está na faixa de 50 anos ou mais. De todas, o SBT é o que menos tem público no target, com 27%. Globo e Record juntas têm quase metade de seus números entre telespectadores com 50 anos ou mais: 41%.
No curto prazo, tudo certo. Mas no longo, isso pode representar um problema grave para a TV aberta, já que a nova geração não está se acostumando aos canais. Mas por que o jovem brasileiro não tem visto tanto TV aberta como as emissoras desejam?
Com a palavra, os jovens
A reportagem do NaTelinha visitou o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju (SE), que conta com alunos entre 12 e 17 anos, cursando ensino fundamental e médio.
Para Alice Carmo, de 17 anos, que atualmente cursa o terceiro ano médio e está prestes a fazer o ENEM, o problema está justamente nas opções apresentadas na TV aberta: "A TV aberta não tem hoje programas para os jovens. Nada nos atrai. Me incomoda também o conteúdo. São vários programas sensacionalistas. Aqueles policiais da hora do almoço, por exemplo, são insuportáveis".
Alice comenta que YouTube e Netflix têm muito mais atrativos hoje para o jovem: "Por mais que alguns conteúdos sejam chatos, o YouTube e a Netflix estão bem melhor. Tem séries, conteúdos mais atrativos para nós".
No curto prazo, tudo certo. Mas no longo, isso pode representar um problema grave para a TV aberta, já que a nova geração não está se acostumando aos canais. Mas por que o jovem brasileiro não tem visto tanto TV aberta como as emissoras desejam?
Com a palavra, os jovens
A reportagem do NaTelinha visitou o Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Sergipe, em Aracaju (SE), que conta com alunos entre 12 e 17 anos, cursando ensino fundamental e médio.
Para Alice Carmo, de 17 anos, que atualmente cursa o terceiro ano médio e está prestes a fazer o ENEM, o problema está justamente nas opções apresentadas na TV aberta: "A TV aberta não tem hoje programas para os jovens. Nada nos atrai. Me incomoda também o conteúdo. São vários programas sensacionalistas. Aqueles policiais da hora do almoço, por exemplo, são insuportáveis".
Alice comenta que YouTube e Netflix têm muito mais atrativos hoje para o jovem: "Por mais que alguns conteúdos sejam chatos, o YouTube e a Netflix estão bem melhor. Tem séries, conteúdos mais atrativos para nós".
A reportagem também foi à Universidade Tiradentes (UNIT), uma faculdade particular também localizada em Aracaju, e que tem em sua predominância estudantes entre 18 e 24 anos.
Fernanda Júlia, de 21 anos, endossa o que Alice disse e vai mais além: hoje, somente o SBT liga para os mais jovens: "Eu não gosto, mas tenho uma irmã mais nova que gosta de 'Cúmplices de Um Resgate', assiste a reprise de 'Carrossel'... E o SBT ainda passa desenho de manhã, né? Eles se preocupam com o amanhã".
Fernanda completa falando que o jovem sabe da TV aberta, mas não se vê nela: "Não nos sentimos representados. É bem estranho até. Não é um veículo que fala pra gente. Eu mesmo, não tenho visto nada. Nem mesmo as novelas. Tudo tem cara de mofo".
Não dá pra saber se esse cenário será revertido, mas de fato, é a grande missão dos canais abertos para o futuro. Afinal, o jovem de hoje é o telespectador adulto de amanhã. E se ele não for valorizado, pode simplesmente sumir.
Fernanda Júlia, de 21 anos, endossa o que Alice disse e vai mais além: hoje, somente o SBT liga para os mais jovens: "Eu não gosto, mas tenho uma irmã mais nova que gosta de 'Cúmplices de Um Resgate', assiste a reprise de 'Carrossel'... E o SBT ainda passa desenho de manhã, né? Eles se preocupam com o amanhã".
Fernanda completa falando que o jovem sabe da TV aberta, mas não se vê nela: "Não nos sentimos representados. É bem estranho até. Não é um veículo que fala pra gente. Eu mesmo, não tenho visto nada. Nem mesmo as novelas. Tudo tem cara de mofo".
Não dá pra saber se esse cenário será revertido, mas de fato, é a grande missão dos canais abertos para o futuro. Afinal, o jovem de hoje é o telespectador adulto de amanhã. E se ele não for valorizado, pode simplesmente sumir.
Fonte:Na Telinha por Gabriel Vaquer
Postar um comentário
Deixe seu comentário