Globo diz que alguns clubes nem ouviram sua proposta de renovação de contrato.


Desde novembro de 2015, o Grupo Globo promoveu mudanças em seu núcleo de direitos esportivos e anunciou que Pedro Garcia seria o responsável por dirigir o setor. Desde então, ele assumiu as rédeas da missão de negociar a assinatura de contratos de direitos de transmissão do Brasileiro com clubes do país.

Mesmo diante de um obstáculo novo –a concorrência do Esporte Interativo, do grupo multinacional Turner– e às custas de numerosos telefonemas, reuniões, almoços, jantares e cafezinhos, Garcia teve sucesso em chegar a acordos com 19 clubes, 14 deles atualmente na Série A, pelos direitos de transmissão em TV fechada a partir de 2019.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, por Guilherme Seto, Garcia disse que a concorrência pelos direitos não é de hoje e ver isso com bons olhos. "A Globosat, braço de TV paga do Grupo Globo, sempre teve esses e outros concorrentes em diversas frentes, não só nos eventos esportivos. A concorrência é bem-vinda, contribui para a evolução do próprio mercado. Mesmo em um cenário difícil, a Globosat acredita que deve continuar a investir no futebol, já que o PPV é uma crescente fonte de renda para os clubes e o SporTV seu maior promotor. E o nosso investimento não é apenas na compra dos direitos, mas também na excelência das transmissões, com tecnologia e recursos de referência entre as melhores emissoras do mundo e com uma equipe de profissionais, diante e atrás das câmeras, altamente especializada", acrescenta.

Sobre as recentes negociações, Garcia revelou que alguns clubes nem ouviram a proposta da Globo. "Ficamos surpreendidos com alguns poucos clubes que, apesar do nosso relacionamento de tanto tempo, não quiseram nem ouvir nossa proposta ou nem avaliaram a fundo o que estávamos colocando na mesa para 2019 em diante. Apesar do SporTV ser o líder nas audiências de TV paga e ser a marca de referência de esportes na TV, não nos deram a chance de explicar em detalhes a nossa visão e o que propúnhamos", pontuou.

O diretor da Globo também reconheceu que, com a entrada na disputa do Esporte Interativo, a emissora teve que aumentar osvalores ofertados aos clubes. "Qualquer concorrência faz com que os valores aumentem, em todos os tipos de negócios. Por conta da entrada do Esporte Interativo, o SporTV teve que aumentar seus investimentos mesmo com uma janela de TV paga restrita, mas vale lembrar que as nossas propostas para os direitos de transmissão dos campeonatos vêm aumentando há muitos anos. O Grupo Globo investe no futebol brasileiro há 30 anos. De forma crescente. De 2011 para cá, os clubes viram suas receitas com direitos e cotas de patrocínio crescerem bastante. Não é um movimento recente. Essas evoluções nas negociações não se fazem da noite para o dia. Como já disse,nunca se investiu tanto no futebol. Esta é uma negociação que envolve interesses muito diversos e que deve entregar benefícios a todas as partes", afirmou.

Garcia ainda falou na entrevista sobre o horário dos jogos na TV aberta no meio de semana. "O horário da quarta à noite para o futebol na TV aberta é definido em conjunto com as federações e os clubes, e é muito valorizado exatamente porque garante ampla visibilidade aos clubes ea seus patrocinadores em horário nobre. É preciso esclarecer ainda que este horário impacta menos de 15% da quantidade de jogos do Brasileirão. Em 85% das partidas,as disputas acontecem durante o dia ou no início da noite. Este ano, as rodadas de quarta-feira à noite foram antecipadas em 15 minutos, começam agora às 21h45. A mudança favoreceu o torcedor que deixa o estádio e usa o transporte público para voltar para casa e permitiu que os torcedores de todos os estados passassem assistir às partidas na íntegra, na TV aberta, mesmo nos locais onde havia problema por conta do fuso", finalizou.

Fonte:http://www.esporteemidia.com/2016/06/globo-diz-que-alguns-clubes-nem-ouviram.html

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