Até quando precisaremos de novos canais?

Antes de mais nada esclarecemos que o título deste especial remete às novidades na TV por assinatura, seja por cabo ou via satélite. Falo isso porque novos canais na TV aberta são uma verdadeira raridade, nascem muito pequenos e dificilmente conseguem melhores ares, mesmo com a Lei que obrigou alguns deles em 2013 à figurarem nas grades de todas as operadoras de TV por assinatura… ou vão me dizer que vocês assistem todos os dias a RBTV ou o canal Curta!?



Um vício ou doença?

O ser humano se tornou viciado em novidades. Seja um novo modelo de carro, uma roupa nova, um eletroeletrônico ou eletrodoméstico novo. Queremos sempre o avanço, a novidade.
Uns e outros até tentam manter-se fiéis ao estilo retrô de viver, mas um retrô novo se analisarmos bem, o que soa no mínimo estranho.

Na TV fechada isso não é diferente. Praticamente 70% do tráfego do nosso site vindo de buscas do Google é de pessoas procurando por novos canais ou novidades na Claro TV, SKY e demais operadoras.
Sejam as buscas sobre novos canais HD na Claro TV, SKY, NET, GVT TV ou OI TV, os visitantes sempre tentam descobrir qual será a próxima novidade que poderão testar em suas TVs. E ai da operadora que ficar mais de dois meses sem trazer novidades…

O problema começa aí: viramos, caros senhores, testadores de canais

Desde a década de 90 as operadoras jogam em cima de nós pacotes de canais e serviços pré definidos, que oferecem ligeiramente opções diferentes aos clientes.
Basicamente são um apanhado de canais composto de: canais obrigatórios de TV aberta + canais “cortesia” que na verdade pagam para estarem ali (propaganda ou religiosos) + canais tradicionais que não podem faltar em nenhum pacote (leia aqui Megapix, Fox, Warner) + alguns canais bons disputados pelos assinantes + canais muito ruins que são empurrados goela abaixo dos assinantes + mais um punhado de rádios e canais de áudio para dar uma encorpada no número total de “opções” do pacote.
Alguma mentira até aqui?

Muitos canais, para todos os gostos, ou para o gosto de ninguém.

São dezenas de canais abertos obrigatórios, canais de vendas “cortesia” (afinal quem pagaria por eles…), canais religiosos, canais de esporte, canais de filmes, canais femininos, canais adultos… e por aí vai.
Opções realmente já são muitas – qualquer operadora grande ou não, possui mais de 100 canais hoje em dia.
Mas agora tente pensar um pouco sobre quais desses canais, de cada um desses grupos que citei,  são realmente relevantes em sua vida ou quantos deles você já gastou e ainda dedica tempo assistindo. Garanto que chegaremos em um número menor do que 30%.

Falta de qualidade, mas mesmo assim não aceitamos trocas, apenas novidades

Se olharmos bem, não temos tempo e nem empenho para a maioria dos canais em nossa grade. Então porque diabos queremos mais e mais canais, e cada vez que uma operadora realiza uma troca por um novo, somos relutantes em aceitar? Parece que viramos escravos dos números: quanto mais melhor.
Agora falo por mim: com o passar dos anos me tornei um desses entusiastas de novos canais. A cada sinalização de novidade me peguei pesquisando pela internet, tentando contatos para confirmar datas e tudo mais. Daí nasceu o eXorbeo ainda em 20144, voltado para o novo, especificamente sobre novidades na televisão por assinatura.
O objetivo principal é o de informar o leitor que procura essas informações. O secundário mas não menos importante é suprir meu próprio vício. E se você acha que é um exagero, reflita. Olhe para os últimos 10 canais que entraram no seu pacote (assinantes da SKY terão que voltar bastante no tempo para refletir sobre novos canais) e veja quais você se tornou fã e vem acompanhando a programação.
Cheguei a conclusão de que no meu caso se foram 2, é muito.  Posso estar sendo injusto e reconheço que é uma questão de gosto, mas pergunto à todos que estão lendo agora: será que a MAIORIA dos assinantes está contente com a qualidade dos canais oferecidos, seja dos novos ou dos antigos?

O abandono dos assinantes

A OI TV foi um exemplo de nova operadora que surgiu e abocanhou uma grande fatia do mercado de TV via satélite. Isso se deveu principalmente ao tato necessário de tentar descobrir o que cada assinante desejava, seja do que já possuía uma TV por assinatura ou da nova classe média que buscava pelo produto e já tinha uma linha telefônica da operadora.
A conclusão: Rede Globo em HD e um preço baixo.

Investiu e conseguiu viabilizar um novo satélite exclusivo para si, o qual logo encheu de canais SD, filiadas locais da Globo em HD, demais grandes canais abertos em alta definição como Band e Record, além de oferecer na época a maior grade de canais HD do Brasil e quem sabe da América Latina, ultrapassando a onipotente NET por alguns meses.
Hoje vive uma grave crise financeira e a tendência é que seja vendida para outro grupo, mas não por culpa da TV por assinatura, que foi de fato um sucesso.

O que o assinante precisa

Por ser a TV fechada uma opção que visa segmentos específicos de audiência (quem pode pagar por isso), ela deve necessariamente abranger diversos estilos de clientes, sejam crianças, adultos, mulheres ou religiosos. Precisa também oferecer alguns canais de Tv aberta, pois regiões do país ainda não tem acesso aos mesmos via antena VHF/UHF ou não querem duas antenas diferentes para poder captá-los.
Não se pode ter preconceito com isso, pois é necessário entender as vontade de cada um.
Mas voltando a nossa crítica, o que é preciso combater é a necessidade exacerbada de se ter novos canais, mesmo que nunca na vida algo neles nos chame a atenção ou nos prenda por alguns segundos.
Logicamente que sem novos canais não teremos a chance de testar as novidades, obviamente, mas muitas vezes parece que temos TV fechada para olhar e pensar: “Nossa, tenho mais de 100 canais para escolher”. Então, logo após o pensamento passar, zapear pelos canais e ver que nada ali lhe é interessante, desligar o televisor e ir fazer outra coisa.

O que você realmente quer (para reflexão)

– Será que são versões HD de canais SD que nunca conseguiu aguentar a programação? Imagem bonita de um filme ruim não melhorará em nada o seu conteúdo!;
– Continuar pagando para testar canais novos que dificilmente farão sucesso ou conseguirão permanecer por muito tempo aqui?;
– Você quer perder o tempo de assistir algo nos POUCOS canais que valem a pena para buscar quais os novos que estrearão? Muitos fazem isso e nem se dão conta…;

Concluindo

Não quero que você abandone seu hábito de pesquisas e esperar por novidades. Precisamos de um foco: qual estilo de canal eu gosto? Quais canais com tal conteúdo eu já tenho.?Conheço todos? Não? Então busque tentar dar chances para as opções que já tem.
Se nenhum lhe atender, eleja qual é o pior e quando for solicitar em emails e reclamações à operadora, sugira uma troca, por exemplo. Isso pode gerar dois efeitos positivos: a operadora cobrar a programadora pela reclamação ao canal ruim, ou ainda a motivar a atender seu pedido em negociações futuras.
A força dos assinantes no médio prazo faz a diferença, com toda a certeza, na maioria das operadora pelo menos.

Creio então que chegou a hora de cobrarmos mais respeito, cobrar pela retirada de canais que estão lá apenas para gerar receitas. E se caso não existirem nas programadoras canais que sirvam para substituir os antigos, com o mínimo de decência, que seja realizada uma baixa nos preços dos pacotes, levando a TV fechada para mais pessoas ao menos…
Fonte: Exorbeo

2 Comentários

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  1. Isso sim é um comentário sobre a tv do Brasil Concordo plenamente as operadoeras deveriam ter o mínimo de bom senso e ouvir o que realmente os assinantes querem ver e não encher a grade de canais com programação que não vale nada e não interessa a ninguém como os canais "REPRISE"

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