Hoje falaremos um pouco sobre o conceito geral da TV por assinatura no brasil, desde o início de sua história em nosso país, como está hoje e o que esperamos para os próximos anos (e se esperamos algo).
O passado da TV por assinatura no país
A TV por assinatura, ou TV paga como muitos ainda chamam, teve o início de sua história no Brasil em meados de 1989. Inspirados no sucesso que do serviço nos Estados Unidos, foram investidos cerca de 15 bilhões de dólares em cabeamento nas ruas das grandes capitais brasileiras.
Esses cabos passaram a ser também usados para serviços como a Internet que ganhava força no início da década de 90. O serviço de TV à cabo exibia o “Canal+” (canal plus do Brasil), que trazia conteúdo dos canais ESPN dos Estados Unidos e mais tarde reprises da RAI italiana e CNN Internacional.
O presente
A partir daí o negócio de TV paga só cresceu por aqui. Em agosto de 2011 tínhamos 11,6 milhões de clientes assinando o serviço, sem contar os outros milhões utilizando a TV por assinatura Pirata no país.
Em março de 2012, a Anatel revelou que comparado à março de 2011, a TV por assinatura somava um crescimento assombroso de 30%, o que significava mais de 2,1 milhões de assinantes em apenas 1 ano.
Razões para isso podemos encontrar na melhoria de vida do brasileiro com o crescimento da renda média e também o surgimento de uma oferta muito maior e mais competitiva no setor gerando menores preços. É importante lembrar que na década passada o setor era praticamente monopolizado pelas gigantes SKY e NET, que encontraram a concorrência de OI TV, Claro (antes Via Embratel), VIVO TV e GVT.
A Oi comprou várias outras operadoras menores para se fortalecer como nova e potencial concorrente, enquanto a GVT aproveitou em 2011 sua enorme base de internet banda larga de qualidade para tentar ganhar espaço na TV por assinatura. Infelizmente hoje em dia a OI TV enquanto empresa luta para se manter aberta e a GVT já foi comprada pela VIVO.
A Claro TV que chegou ainda como Via Embratel ao terceiro lugar no país, se fundiu com a NET, sendo em conjunto o maior grupo de TV paga da América Latina.
O auge em 2014 e o início da queda
O auge do segmento ocorreu em 2014, quando foram atingidos 19,65 milhões de assinantes, um recorde e tanto. Porém, com o “fim do sonho” de uma economia próspera, o aumento massivo do desemprego e descontrole da inflação, fizeram desde 2015 o mercado de TV por assinatura entrar em um duro recesso, perdendo milhares de assinantes até 2016. Estima-se que ao fim de março a TV apresentava 18,9 milhões de assinantes em dia.
Outros motivos
Além da queda na concorrência devido as falências e fusões, os preços foram pressionados pela inflação e a demanda caiu graças ao desemprego e queda no poder de compra do brasileiro.
Atrelado a isso, os impostos continuam “um escândalo” no setor de telecomunicações, como afirmou Paulo Bernardo, que era ministro das Comunicações até 2014. O Brasil é o terceiro país onde o custo de telecomunicações é mais caro, perdendo apenas para Turquia e Uganda. Só o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado em média é de 25% do valor da mensalidade, podendo chegar à 35% como é o caso em Rondônia (cada Estado pode definir essa alíquota de imposto).
Toda essa carga tributária corresponde em média a 42,16% de toda a receita bruta de uma empresa de TV por assinatura, telefone ou internet.
As telecomunicações representam, ao lado do ICMS sobre energia elétrica, uma das principais fontes de receita dos Estados, pois apesar do número elevado de usuários e alta tributação, é muito fácil de cobrar e difícil de alguém conseguir sonegar, uma vez que o tributo é recolhido de um pequeno número de empresas gigantes que dominam o mercado, facilitando a fiscalização e controle.
O futuro da TV por assinatura
Muito apostam no fim da TV por assinatura nos países desenvolvidos muito em breve, devido ao crescimento dos serviços de Streaming como o Netflix, e o avanço da Internet que comporta mais facilmente transmissões de altíssima qualidade, inclusive ao vivo.
Como a maioria das operadoras de TV a cabo usa a mesma infraestrutura para TV, internet e telefonia fixa, ao poucos não faria mais sentido oferecer o equipamento de TV na assinatura (o receptor no caso), limitando-se a oferecer um aplicativo para as TVs smart, por exemplo.
O NET Now já está aqui para provar que ele talvez seja o futuro da maior operadora por aqui, desde que possa oferecer conteúdo ao vivo com qualidade, por exemplo.
Como hoje a maioria dos programas próprios da TV por assinatura já podem ser assistidos a qualquer hora e canal (vide os aplicativos Play da Globosat), a TV por assinatura deverá vingar até o dia em que outro serviço possa oferecer o conteúdo ao vivo com qualidade (programas esportivos e shows por exemplo). Sabemos que via Streaming já é possível, mas é apenas TV que possui dinheiro para adquirir os direitos de exibição dos principais eventos hoje em dia.
Já para as operadoras via satélite o futuro já é bem mais nebulosa. Caso as gigantes de TV a cabo consigam expandir rapidamente sua malha de cabos atingindo cidades menores e mais distantes, elas tenderão a se tornarem irrelevantes com o passar do tempo, ficando cada dia mais restritas para áreas rurais e municípios desassistidos pelos cabos.
Quem viver verá!
Fonte:Exorbeo
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