Sabe aquele entusiasta ferrenho da TV por assinatura que vive pregando pelo fim dos pacotes de TV por assinatura e pela liberdade da escolha livre por canais? Ele pode estar totalmente errado e ser um apenas um sonhador.
Refletindo bastante em todos esses anos, acompanhando o crescimento das operadoras, nascimento das mais novas e o falecimento de outras – como a GVT recentemente, percebi uma coisa interessante: a existência dos pacotes de TV com canais pré definidos é muito ruim – mas ao mesmo tempo extremamente necessária. Sabem por que?
A metáfora do Golf Channel
Eu explico: se um canal como o Golf Channel fosse opcional, PPV, de livre escolha, quantas pessoas no Brasil teriam interesse nele? Precisaríamos ir muito a fundo na pesquisa, mas teríamos que levar em conta que não são todos os entusiastas pelo golfe (mas quem sabe até a maioria) que possuem TV por assinatura. Ok, mas desse grupo que gosta de golfe e assina TV, não seriam todos que aceitariam pagar individualmente pelo canal, não é mesmo?
Nesse exercício rápido eliminamos uma grande gama de pessoas, reduzindo a um grupo que com certeza é muito pequeno no país (você que lê agora, quantos jogadores ou fãs de golfe conhece?).
Use a analogia
Então partimos da historinha exagerada acima para tentar abranger o raciocínio para todos os canais que existem (e todos os seus gêneros), partindo do Fish TV (de pesca) ao SporTV. Temos ainda um número até grande de canais segmentados e específicos, mas que diminui a cada dia, os investimentos são focados nos canais que têm potencial de alcançar o maior público possível, seja ele qual for.
Tente então precificar esses canais mais segmentados.
Se fossem de livre escolha, teriam que ter um preço individual. Em tese quanto mais segmentados, mais caros, pois os custos são altos e a parcela da população que teria interesse pequena. Pessoal, esse sistema não daria certo. Seria provavelmente o fim dos canais segmentados. Quantos assinariam o E!? O A&E? O Fish TV? O Comedy? O TBS?
Apenas para citar alguns exemplos.
É inviável
Quando você têm canais ruins misturados com os bons de maneira forçada, você aumenta as chances de que um assinante se torne espectador daquele canal segmentado, mesmo que raramente. Quando você coloca um preço prévio nele tudo muda. Quem pagar vai assistir, mas e para convencer o assinante a comprar? Seria muito complicado.
Se tomassem essa decisão teríamos uns 15 canais que sobreviveriam, talvez uns 20. E com certeza teriam que fazer muitas promoções do estilo compre esses 3 e leve mais três canais desconhecidos no “combo”…
Mas talvez eu esteja errado..
Como eu não sou o dono da verdade ou da razão e o fracasso que eu cito é apenas hipotético, talvez exista a chance de acontecer um dia… sabem quando e como? Caso os serviços on demand dominem a cena e ganhem muita força. Acho que isso vai ocorrer apenas quando a internet evoluir e possibilitar que um grande serviço on demanda transmita conteúdo ao vivo, que são o forte da TV por assinatura.
O Premiere Play está aí junto com os canais EI Maxx para provar que já é possível, mas apenas uma fatia da população possui internet rápida o suficiente para tal. Grande parte da população brasileira sequer possui acesso a internet...
Mas se um dia um Netflix ganhar força para oferecer conteúdo de qualidade ao vivo (como uma Libertadores da América) tudo pode mudar. Uma possível pressão e queda enorme do número de assinantes que preferem optar por conteúdo a qualquer hora (tendo ainda opção do conteúdo ao vivo), poderia dar um enorme choque na TV por assinatura, culminando até mesmo em seu fim.
De um jeito ou de outro muitos canais iriam morrer. Seria então um momento de mudanças, um momento em que o que é válido e real hoje, poderia deixar de ser…
Mas quanto ao contexto e as previsões, deixo para vocês pensarem e discutirem… o ON DEMAND irá derrubar a TV como conhecemos? Os pacotes de TV vão deixar de existir? A Rede Globo vai perder para o SBT um dia? Comentem abaixo meus amigos.
Fonte: Exorbeo
Gosto muito do Net Now. Você assina os canais e pode assistir o conteúdo deles on demand no próprio receptor.
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