Novos satélites: revolução ou continuação?


 No auge da TV por assinatura do Brasil, entre 2011 e 2014, as operadoras ganharam milhões de assinantes, novos canais e novas programadoras surgiram no Brasil.
Foi a partir dai que o assunto espeço nos satélites começou a ser discutido. Com equipamentos da década de 90, as operadoras ofereciam canais SD digitais de pelo menos 2005, e em uma quantidade muito mais limitada do que hoje, em uma média de 70 canais de vídeo e mais algumas dezenas de rádios.
Porém, com o lançamento dos novos canais HD em 1080p, a partir de 2011, os satélites começaram a mostrar-se limitados em espaço, incapazes de receber novidades infinitas. Foi então que a necessidade de mandar novos satélites para o espaço tornou-se pauta em nossas discussões.

O Exemplo da OI TV

Sobre o título da nossa matéria: Revolução ou continuação? Se você já é leitor do eXorbeo há algum tempo, ao ler esse título já soube a nossa reposta imediantamente não é mesmo?
Sim, só conseguimos ver a estreia dos novos satélites como uma continuação de tudo já tínhamos na década passada, e que nem mesmo mostra a possibilidade de uma revolução na TV por assinatura.
Se pegarmos a OI TV e seu SES-6 como exemplo, o que vimos foi unicamente a disponibilização de canais que já existiam no país, mas que não tinham um espaço nas grades para estrear em sua versão HD. Logo após o lançamento, a “grande novidade” foi poder disponibilizar dezenas de TVs Globo em HD para regiões que não tinham tal disponibilidade, especialmente a zona rural de alguns cidades.
Explicando melhor, enquanto no Amazonas a OI TV operava com cerca de 37 canais em HD (ou pouco um pouco menos não me recordo), e afiliadas da Globo e outras gigantes em SD, com o novo satélite houve espaço de sobra para aumentar esses números e trazer de forma inédita várias afiliadas em alta definição, dispensando o módulo de TV aberta, por exemplo.
Mas não houve de fato um revolução. Os canais HD podem até ter dobrado em número, mas nenhum foi uma novidade motivada pelo novo satélite, simplesmente o que já existia e não tinha espaço agora estreou. A tecnologia do satélite também é a mesma, o já ultrapassado DVB-S2, sem possibilidade de grandes interações para o assinante. 

Os novos satélites da Claro TV e SKY Brasil

A Claro estreou no começo de 2016 seu novo satélite e com ele vimos o mesmo movimento ocorrido com a OI TV: a disponibilização dos canais HD que sua irmã NET já possuía e que não cabiam no Star One C2.
Diferente de todas as novidades Claro TV que alguns esperavam, ela praticamente apenas igualou sua grade às de NET e OI TV em opções de canais, ao menos se considerarmos os mais conhecidos, o que inclui ainda novos canais SD como os Discovery Science e Civilization, velhas pedidas dos assinantes.
A expectativa dos assinantes da SKY acabam sendo exatamente as mesmas aqui: novos canais HD e SD que a operadora não disponibilizou em todos esses anos, como o Tooncast, os canais Discovery que mencionamos e vários novos canais HD que a distancia das demais operadoras hoje em dia.
A esperança aqui é de que quando todas as grandes ofertarem grades parecidas, poderemos esperar quem sabe por alguma criatividade, pois o simples argumento de “maior variedade de canais” vai praticamente acabar, e hoje a exclusividade quase não existe mais no setor.

As expectativas dos assinantes

O ponto que me deixa mais apreensivo com os novos satélites é a possibilidade das programadoras motivarem-se para criar novos canais EFETIVAMENTE, ou ainda trazerem novidades de sucesso de outros países. Nesse momento, como todas as gigantes teriam espaço e flexibilidade para incluir mais canais, a insegurança em inovar iria diminuir.

Digo que estou apreensivo com isso pelo fato de que as negociações envolvem muitas outras coisas, e talvez as operadoras por aqui não entendam que o perfil do brasileiro é para uma grade com mais de 200 canais, como ocorre lá fora. Aí os novos satélites não teriam como principal papel dar espaço para novos canais, e sim para novas e boas ideias… será?

Novos satélites = novos serviços?

Não posso afirmar de primeira que acredito que teremos tão cedo novos e revolucionários serviços utilizando satélites. Sequer podemos esperar hoje por canais em 4K (apesar de que a Globosat já realize testes desde 2013 por aqui).
Há muitos anos eu acreditava que a Internet via satélite com download e upload seria viável e uma realidade, e que todos os receptores teriam funções on demand e de interatividade baseadas nesse serviço, sem necessidade de nenhum equipamento extra.
Mas como a banda KA chegou e nada disso aconteceu, a tecnologia via satélite utilizada em TVs não evoluiu praticamente nada. Notem que apenas as operadoras via cabo, como a NET e seu Now ou a VIVO TV, aproveitam a rede mundial de computadores para expandir suas possibilidades e conquistar assinantes.

E você, o que espera dos novos satélites?

Mas mesmo que os novos satélites não possuam o poder tecnológico para reinventar o setor, vamos ser otimistas e pensar que são no mínimo necessários. Operadoras como a Claro TV e OI conseguiram crescer após as inclusões de novos canais, sinalizando que era o que o mercado esperada essencialmente.
Mas será que você também faz parte dessa maioria que se importa apenas com novos canais ou que eles são de fato fundamentais para mudar de operadora?
Comente aqui o que você espera caso a SKY realmente estreie seu novo satélite em 2017 e também o que de fato importa para você na TV via satélite. 
De nossa parte fica a torcida para que todas as operadora tenham grades competitivas, com seus canais exclusivos mas, principalmente, buscando melhorar o custo benefício para o consumidor que ainda sofre muito com pacotes ruins e preços salgados por aqui.
Fonte:Exorbeo

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