"Cine Belas-Artes": A sessão de cinema do SBT que foi do cult ao popular.

Sessão está no ar há 15 anos - Divulgação/SBT

No final da década de 90, a corrida para ver quem fechava o melhor pacote de filmes do ano seguinte era acirrada. A pirataria não era tão presente, a internet estava engatinhando, a televisão por assinatura era pouco acessível e os serviços por streaming, então, não existiam.
 
Exibir filmes de grande bilheteria era garantia de boa audiência, repercussão e faturamento, apesar dos altos custos que isso gerava para as emissoras.
 
O SBT, no ano 2000, já havia fechado contrato de exclusividade com duas das principais produtoras cinematográficas: a Walt Disney e a Warner Bros.
 
Além da criação do “Cine Espetacular”, em abril daquele ano, o canal de Silvio Santos planejava o lançamento de uma sessão de filmes alternativa, a "Cine Belas-Artes".
 
O primeiro logotipo da sessão

A ideia era transmitir os filmes menos populares do seu pacote. “Além dos campeões de bilheteria, que são os filmes que elevam nossa audiência, vimos que o pacote continha preciosidades que agradam apenas a uma faixa de público”, afirmou Mauro Lissoni ao jornal O Globo em 2000, na época diretor de programação do SBT.
 
Dentre essas “preciosidades”, como disse Lissoni, estavam longas como “O Carteiro e o Poeta”, “Othello”, “As Pontes de Madison”, “Quiz Show”e “Hamlet”, dentre outros. Esses, por exemplo, não teriam espaço no horário nobre, e se exibidos por lá, certamente fracassariam

MGM em chamada do SBT: Acervo foi da produtora foi de grande valia 

A nova sessão de filmes estava programada para estrear em agosto de 2000, mas acabou sendo adiada e sendo lançada juntamente com a programação 2001, em abril.
 
O dia também era uma questão a ser pensada, e apesar do “Cine Belas-Artes” estar quase certo para ir ao ar aos domingos, depois do “Topa Tudo por Dinheiro” (concorrendo com a “Sessão de Gala”, de conteúdo semelhante), semanas antes da estreia a direção mudou de ideia e preferiu que fosse exibida aos sábados, depois de “A Praça é Nossa”.
 
De 2001 até meados de 2005, o SBT conseguiu manter um padrão e mostrar aqueles filmes considerados cult. Todas aquelas produções já estavam compradas, vinham no pacote e não fazia sentido deixar de exibir. O mercado publicitário não reclamou.
 
O auge
 
Em 2004, a emissora teve a ideia de fazer festivais depois de fechar contrato com a Paramount e a MGM. Desta última, a rede de Silvio Santos conseguiu exibir grande parte dos filmes do agente 007, até mesmo aqueles da década de 60. O acervo era rico, e naquele ano, em todos os meses o “Belas-Artes” fazia um festival. Dentre eles, o “Festival Dustin Hoffman” (“Pequeno Grande Homem” e “O Quarto Poder”, dentre outros) e o “Festival de Filmes Estrangeiros”, com produções argentinas, mexicanas e europeias. 
 
Depois disso, em 2006, a sessão perdeu o glamour. O SBT já não tinha mais contrato com a Disney e a MGM, que detinha grande parte dos títulos clássicos.
 
A partir daí, o “Cine Belas-Artes” ganhou filmes de apelo mais popular, principalmente em 2007, com a ida de “A Praça é Nossa” para às quintas-feiras, chegando a ser apresentada mais cedo, e para fazer concorrência, blockbusters tradicionais, com muita explosão e pancadaria eram exibidos. 
 
Atualmente, a sessão vai ao ar depois do "Sabadão", por volta da 1h, sem seguir o seu real significado de "Belas-Artes".

Fonte:Na Telinha

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