Se você é uma pessoa crítica e reativa, fã da televisão, deve ter torcido o nariz ao ler o título desse post. Ok. Antes de mais nada a decadência da televisão já é algo constatado em números: ano após ano o televisor aumenta seu status de monitor para Netflix, videogames e afins, e acreditem – não é por acaso.
Fonte: Exorbeo
A crise no segmento não é exclusividade do Brasil, atingindo também os mercados dos países desenvolvidos, como dos EUA e Europa. Porém, hoje iremos tratar apenas da decadência da televisão no Brasil.
Tanto a TV aberta quanto a fechada (por assinatura, seja à cabo, satélite ou IPTV), sofre hoje com a internet, sua interatividade e em especial os serviços on demand. A tecnologia da TV comum demorou a desenvolver-se, não conseguindo acompanhar a evolução do restante dos serviços e componentes eletrônicos.
Tanto o aparelho em si como seu conteúdo e meios de distribuição se arrastaram, angariando críticas à cada dia que passa. Hoje em 2016 o Brasil ainda mantém sua TV analógica, enquanto a digital não entregou 1% da interatividade proposta.
A TV à cabo no Brasil
Temos um sistema de cabeamento de TV precário na maior parte do país, atualizado apenas onde há cobertura das gigantes VIVO e NET, mas com foco na velocidade de internet. A própria TV à cabo não se expandiu o quanto se esperava, sendo que muitos ainda nem tem a opção de assinar o serviço, restrito às capitais e grandes cidades nas regiões metropolitanas. Antenas de microondas (MMDS) fazem o papel do cabo muitas vezes, levando o sinal mais longe, mas com qualidade inferior sucessível a falhas ou interferências climáticas.
A tecnologia de microondas está aos poucos sendo eliminada por usar frequências similares ao 4G atualmente.
A TV via satélite
Na TV via satélite, que foi o ramo que mais cresceu até 2014 graças ao crescimento de operadoras como Claro e OI TV, além do nascimento da GVT (que hoje já se uniu a VIVO), muitos clientes foram conquistados. Mesmos com preços altos e com novos canais de qualidade duvidosa, nosso país nunca teve tanta adesão aos planos desse ramo de serviço.
Mesmo com os bolsos cheios de dinheiro, os poderosos resolveram demorar para colocar novos satélites em órbita (apenas a Telefonica se antecipou nos idos de 2012, mas para abranger a América Latina inteira e mais de 500 canais em dois satélites). Hoje a OI TV e a Claro em 2015 e 2016 também têm seus novos equipamentos no espaço, mas não espere aqui por conteúdo interativo ou 4K.
Sem espaço no satélite, operadoras como a SKY se veem tendo que comprimir os sinais de seus canais, prejudicando a qualidade de som e imagem. Hoje é quase impossível assistir um canal SD (qualidade normal) na operadora em uma boa e moderna TV sem ver quadrados formando a imagem. Mesmo nas TVs de tubo pequenas, a decadência de qualidade é evidente.
A alta definição (não tão alta quanto poderia)
Quando falamos de alta definição, os assinantes menos críticos batem palmas para um serviço que ainda se arrasta, engatinha. SKY, Claro TV, Net e as demais oferecem canais que raramente passam de 720p de resolução e que grande parte da programação disponível ainda é em SD, exibindo faixas laterais.
Para termos noção alguns canais como o SBT ainda possuem programas de jornalismo gravados em 640 x 480, a resolução das televisões de tubo da década passada.
E as operadoras cobram por isso. Por menos de 100 reais mensais é quase impossível ter um pacote com canais HD em número e qualidade, até porque mesmo nos pacotes completos são poucos canais que se salvam.
Enquanto nos Estados Unidos praticamente a totalidade de receptores e canais são disponibilizados em HD (no auge ofereciam mais de 40 deles em 3D)por aqui, chegamos em 2016 com quase a metade dos canais disponíveis sem opção em alta definição.
A falta de escolha nos pacotes de canais
A falta de escolha dos canais nos pacotes molda e muito um público que deveria ser segmentado. Sempre defendemos aqui no eXorbeo que os canais deveriam ter um preço individual, onde cada pacote tivesse uma quantia de canais máxima para o assinante incluir, com descontos progressivos conforme a quantidade escolhida. Teríamos uma TV muito melhor e mais moldada aos nossos perfis em casa.
Sobre o assunto confira nosso especial: o fim dos pacotes de TV chegará um dia?
Pena que isso é impossível. Quem pagaria mais de R$0.25 centavos por mês para ter canais como o E!, o Studio Universal, o TBS e outras pérolas atuais? O mercado seria muito mais reduzido e a minoria que gosta dos canais mais “apagados” os perderiam e se sentiriam prejudicados, pois não haveria demanda por eles por aqui.
Fonte: Exorbeo
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